Fumantes: Líder mundial de tabaco aposta em novo produto como alternativa

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Um “cigarro” feito de tabaco, mas que não queima, não gera fumaça e que promete causar menos danos à saúde. A ferramenta eletrônica, que dispersa vapor em vez de combustão, é aposta para quem não quer (ou não consegue) largar o vício, já que provocaria menos mal aos fumantes. A ideia divide opiniões. Enquanto especialistas concordam com a redução tóxica, há receio de que seja atrativo para novos fumantes.

A Philip Morris International investiu US$ 3 bilhões no desenvolvimento de tecnologias e produtos de nova geração. O iQOS já é vendido em 23 países, com pretensão de ampliar para 35 até o fim do ano. Segundo Nveed Chaudhary, coordenador de Comunicação Científica da empresa, por aquecer o tabaco sem queimá-lo, a uma temperatura de até 350º C, o produto não gera fumaça, mas um aerosol com 90% a 95% menos compostos prejudiciais se comparado ao fumo tradicional, que tem cerca de 6,5 mil produtos químicos.

De acordo com Chaudhary, embora a nicotina seja maléfica, pesquisas recentes descobriram que o problema maior está na combustão, que pode provocar doenças cardiovasculares e pulmonares. O “cigarro” eletrônico busca manter sensações tradicionais de gosto para viabilizar a substituição.

No Brasil, o iQOS enfrenta barreiras na falta de regulação e proibição por parte da Anvisa, com base em uma resolução para vetar cigarros eletrônicos. Na fila há cinco anos, o Superior Tribunal de Justiça adiou novamente a decisão de manter ou não a proibição. “Substituir o cigarro de combustão é missão mundial. O legislador tem que confiar em base científica. Hoje, oito mil pessoas migram do cigarro tradicional para o aerosol diariamente em todo o mundo”, garante Chaudhary.

Especialistas têm opiniões divergentes sobre a eficiência e vantagens da mudança. “Não há fumaça, então reduz a exposição a uma série de substâncias tóxicas presentes no cigarro. Se conseguir eliminar os compostos, há redução de risco”, entende Alice Chasin, toxologista e professora da Faculdade Oswaldo Cruz.

Paulo Saldiva, médico patologista e diretor do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP), diz que o efeito pode ser negativo quando o assunto é saúde pública. “A nova geração não fuma, mas uma ferramenta que promete reduzir riscos pode ser uma nova porta de entrada”.

A repórter viajou a convite da Philip Morris Brasil.

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