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PF investiga fraudes bilionárias no INSS e atinge sindicato ligado a irmão de Lula
A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (23) a operação Sem Desconto, que escancara um novo capítulo de suspeitas de corrupção envolvendo instituições públicas e entidades sindicais. Um dos alvos da investigação é o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi/FS), cujo vice-presidente é José Ferreira da Silva, o Frei Chico — irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A operação mira um esquema de descontos ilegais em benefícios do INSS, como aposentadorias e pensões, aplicados sem o consentimento dos segurados. O rombo estimado aos cofres públicos ultrapassa os R$ 6,3 bilhões — valor que expõe, mais uma vez, a vulnerabilidade de um sistema previdenciário que deveria proteger os mais frágeis.
Realizada em 13 estados e no Distrito Federal, a ofensiva da PF resultou no afastamento de seis servidores do INSS. Os crimes investigados incluem corrupção, lavagem de dinheiro e falsificação de documentos — um combo recorrente no triste histórico de desvios envolvendo verbas públicas no Brasil.
A resposta do governo veio com a demissão de Alessandro Stefanutto, até então presidente do INSS, determinada pessoalmente por Lula. A medida, no entanto, soa mais como um gesto de contenção de danos do que como uma real disposição de enfrentamento do problema.
A presença de um parente direto do presidente da República na cúpula de uma das entidades sob suspeita reacende o debate sobre o aparelhamento político de instituições e a promiscuidade entre sindicatos e o Estado. O país assiste, mais uma vez, ao colapso da confiança pública diante de esquemas que parecem não ter fim — e que, muitas vezes, prosperam à sombra do poder.
