Esquema de falsificação revela fraudes em cartão de vacina de Bolsonaro e envolvimento de colaboradores
A Controladoria-Geral da União (CGU) divulgou resultados de uma investigação que concluiu serem falsos os registros de imunização contra a covid-19 no cartão de vacina do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo o órgão, foram identificadas três doses fraudulentas do imunizante, com a primeira delas inserida em julho de 2021 pela UBS Parque Peruche, em São Paulo.
Apesar de confirmar a fraude, a CGU enfrentou limitações no Sistema VaciVida, o portal estadual de vacinação de São Paulo, tornando difícil identificar o autor da falsificação. A Polícia Federal já deflagrara uma operação em maio do ano passado, prendendo o tenente-coronel Mauro Cid, ex-braço direito de Bolsonaro, e outras seis pessoas, incluindo ex-assessores. A investigação indicou um esquema de falsificação ligado a manter a coesão ideológica do grupo, focado em ataques à vacinação contra a Covid-19.
As duas outras doses fraudulentas foram registradas em agosto e outubro de 2022, em Duque de Caxias, com investigadores apontando nomes de auxiliares do ex-presidente e servidores municipais envolvidos no esquema.
A CGU planeja notificar a Corregedoria Estadual de São Paulo e o Ministério Público de São Paulo para avançar na investigação. O ex-presidente Bolsonaro ainda não se manifestou sobre a nota técnica da CGU. Durante seu mandato, Bolsonaro impôs sigilo de um século sobre seu cartão de vacina e questionou repetidamente a eficácia das vacinas, desencorajando a população a se vacinar durante a pandemia.