A força-tarefa da Operação Lava Jato no Ministério Público Federal (MPF) repudiou as declarações do procurador-geral da República, Augusto Aras, por meio de nota nesta quarta-feira (29).
Os procuradores que atuam no Paraná afirmam ainda que a declaração de Aras de que haveria uma “caixa de segredos” na força-tarefa é falsa e que se tratam de “ataques genéricos e infundados”, bem como a “alegação de que haveria milhares de documentos ocultos. Não há na força-tarefa documentos secretos ou insindicáveis das Corregedorias.
Os documentos estão registrados nos sistemas eletrônicos da Justiça Federal ou do Ministério Público Federal e podem ser acessados em correições ordinárias e extraordinárias”, diz a nota.
A afirmação de Aras aconteceu durante um debate virtual promovido pelo Grupo Prerrogativas com advogados, entre eles defensores de réus na Lava Jato.
O procurador afirmou que o modelo consagrado pela operação precisa ser substituído, mas o enfrentamento à corrupção vai continuar. Ele reconheceu a importância da operação, mas afirmou que é preciso corrigir rumos “para que o lavajatismo não perdure”.
A força-tarefa alega que “devem ser refutados os ataques genéricos e infundados às atividades de procuradores da República e as tentativas de interferir no seu trabalho independente, desenvolvido de modo coordenado em diferentes instâncias e instituições”.
Ainda neste mês, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, atendeu a um pedido de Aras e determinou que as forças-tarefa da Lava-Jato no Paraná, no Rio de Janeiro e em São Paulo entreguem à PGR todas os dados já obtidos nas investigações.
Durante a live desta terça, o procurador-geral da República defendeu o uso responsável dessas informações. “A extensão da base de dados só revela a amplitude do trabalho até hoje realizado na operação Lava Jato e a necessidade de uma estrutura compatível.
Ao longo de mais de setenta fases ostensivas e seis anos de investigação foi colhida grande quantidade de mídias de dados – como discos rígidos, smartphones e pendrives – sempre em estrita observância às formalidades legais, vinculada a procedimentos específicos devidamente instaurados.
Para que se tenha ideia, por vezes apenas um computador pessoal apreendido possui mais de 1 terabyte de informações”, diz a nota dos procuradores da força-tarefa da Lava Jato.