Fogo amigo: Base aliada enfrenta Planalto

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Foto: Reprodução

PP e União Brasil se posicionam contra proposta do governo de aumentar IOF e cobram cortes de gastos públicos antes de discutir reformas fiscais

As lideranças do Progressistas (PP) e do União Brasil anunciaram nesta quarta-feira (11) que irão se posicionar de forma unificada contra qualquer proposta de aumento de impostos que não esteja acompanhada de cortes significativos de despesas públicas. A decisão foi comunicada durante coletiva de imprensa na Câmara dos Deputados, com a presença dos presidentes das duas legendas, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) e Antonio Rueda (União Brasil), além de parlamentares de ambas as bancadas.

O movimento marca uma escalada na tensão entre os partidos e o Palácio do Planalto diante da intenção do governo federal de revisar a política do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) como forma de reforçar o caixa e cumprir metas fiscais. A proposta não foi bem recebida pelos partidos de centro-direita, que defendem, antes de qualquer aumento de tributos, a revisão profunda dos gastos públicos.

“Só aceitaremos examinar qualquer discussão fiscal se a coluna de despesas estiver no centro do debate. Pelo bem do Brasil, pelo bem dos brasileiros”, afirmou Antonio Rueda. Em seu discurso, o dirigente ainda criticou a estratégia do Executivo de recorrer à elevação da carga tributária como solução: “Taxar, taxar, taxar não pode e não será nunca a saída. É preciso cortar despesas […] Se o governo não assumir sua parte e apresentar propósitos reais de enxugar essa máquina pesada e pouco eficiente, nós não vamos aceitar entregar essas contas ao brasileiro”.

A decisão de “fechar questão” obriga os parlamentares dos dois partidos a votarem de forma unificada. Juntos, PP e União Brasil reúnem atualmente 109 deputados e 14 senadores — um contingente expressivo, capaz de influenciar votações-chave no Congresso Nacional.

Saída do governo está no radar

O senador Ciro Nogueira foi além e sinalizou que, com a oficialização da federação entre os dois partidos, pretende propor o desembarque completo do grupo da base governista. A medida pode representar um duro golpe político para o Executivo, que ainda conta com indicações das duas legendas em importantes ministérios.

Atualmente, o PP comanda o Ministério do Esporte, enquanto o União Brasil é responsável pelas pastas das Comunicações, Turismo e Integração e Desenvolvimento Regional. Com a possível saída, o governo federal pode enfrentar dificuldades adicionais para manter apoio no Congresso e avançar com sua agenda legislativa.

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