Flávio homenageou capitão da PM, preso hoje pela Operação “Os Intocáveis” no Rio

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Da Redação

O deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) propôs uma menção de louvor e congratulações ao então capitão da Policial Militar Ronald Paulo Alves Pereira “pelos importantes serviços prestados ao Estado do Rio de Janeiro” em 2004, informa o Blog do Sakamoto.

Hoje major, Ronald Paulo Alves Pereira foi preso, na manhã desta terça (22), na operação “Os Intocáveis”, acusado de ser um do líderes de uma das mais antigas milícias da capital carioca.

Organizada pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio de Janeiro, com o apoio da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e da Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil, a ação mobilizou 140 policiais. Prendeu, além do major, o ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope) Adriano Magalhães da Nóbrega, chefe da milícia de Rio das Pedras, e o subtenente reformado Maurício Silvada Costa.

Ronald é investigado por integrar a cúpula do Escritório do Crime e foi denunciado por grilagem de terra na comunidade de Rio das Pedras e agiotagem. Também é réu pelo homicídio de jovens na boate Via Show, em dezembro de 2003. Mora em um condomínio de classe média alta na Zona Oeste do rio.

Justificativa

Na justificativa da homenagem, Flávio Bolsonaro cita uma operação policial realizada no Conjunto Esperança, no Complexo da Maré, em 2004, que resultou na morte de um líder do tráfico e e na apreensão de armamento e munição. O blog não conseguiu contato com o deputado até a publicação deste texto e publicará a sua posição assim que a obtiver.

“As prisões de hoje foram efetivadas pelo Ministério Público, não pela Delegacia de Homicídios. Podem ter relação com o assassinato de Marielle Franco ou não, isso depende da continuidade das investigações. As prisões ocorreram por formação de milícia e por grilagem de terras”, afirmou ao blog o deputado estadual e deputado federal eleito Marcelo Freixo (PSOL-RJ). “São pessoas conhecidas por quem trabalha com segurança pública no Rio de Janeiro, conhecidas por serem enfrentadas por alguns e homenageados por outros.”

Flávio ainda “sangra”

Flávio Bolsonaro está no centro de uma polêmica envolvendo seu ex-assessor e motorista, o também policial militar Fabrício Queiroz. Em 6 de dezembro, o jornal O Estado de S.Paulo revelou “movimentações atípicas” de R$ 1,2 milhão detectadas através do Coaf, bem acima da renda de Queiroz, incluindo um depósito de R$ 24 mil na conta da hoje primeira-dama Michele Bolsonaro.

O ex-assessor faltou às convocações do MP-RJ para prestar esclarecimentos, alegando problemas de saúde.

Operou no hospital Albert Einstein, no início deste ano, um dos mais caros do país. Repetiu que dará esclarecimentos, quando a saúde permitir. Ou seja, algum dia. Flávio também não atendeu ao convite dos promotores para falar sobre o caso. Solicitou ao Supremo Tribunal Federal a suspensão da investigação criminal envolvendo Queiroz e a anulação das provas.

Bola com o STF

O senador eleito argumentou que passou a ter foro privilegiado com a diplomação (mesmo que ele só valha apenas para assuntos ocorrido durante o mandato) e quer que o STF aponte a quem deve “prestar os devidos esclarecimentos”.

O ministro Luiz Fux atendeu ao seu pedido, que será analisado após o fim do recesso do Judiciário, no dia 1o de fevereiro – mesmo dia em que ele toma posse como senador. Também têm sido questionadas movimentações em dinheiro relacionadas à compra e venda de imóveis por parte de Flávio Bolsonaro.

Jair Bolsonaro afirma que o valor depositado na conta de sua esposa é a devolução de parte de um empréstimo que fez a Queiroz. A oposição ao governo acusa Fabrício Queiroz de ser um laranja usado pela família Bolsonaro para repassar parte dos salários recebidos por funcionários de seus mandatos.

Datas suspeitas

Há coincidências entre datas de pagamentos pela Assembleia Legislativa do Rio, depósitos na conta de Queiroz feitos por outros funcionários do gabinete de Flávio e saques em dinheiro pelo ex-assessor. Desde o início da polêmica, Queiroz e Flávio preferiram dar entrevistas a TVs ao invés de falar com o MP.

O primeiro diz que “faz dinheiro” com a compra e venda de veículos, o segundo se justifica por sua atividade com empresários. O caso respingou no governo Bolsonaro e segue nas manchetes dos noticiários à espera de uma “explicação plausível” por parte de Queiroz e de Flávio, que tem alegado perseguição por parte do MP e da imprensa. Com informações do Blog do Sakamato.

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