Finados: História e Tradições 

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“Para quê preocuparmo-nos com a morte? A vida tem tantos problemas que temos de resolver primeiro.” Confúcio

 

Por Simone Salles

 

O Dia de Finados é um momento especial de reflexão para aqueles que perderam entes queridos. Mais do que uma data de luto, é uma oportunidade para relembrar com carinho e saudade os que partiram, mantendo viva a memória de suas vidas e legados. Para muitos, acender uma vela, visitar o túmulo ou simplesmente dedicar orações são formas de sentir uma conexão profunda com quem já se foi, trazendo conforto e paz ao coração. Esse dia nos lembra que, embora a ausência física seja dolorosa, o amor e as lembranças permanecem eternos.

Celebrado em 2 de novembro, foi instituído pela Igreja Católica no século X na França, por ordem do abade Odilo de Cluny. Monges rezavam pelos mortos, especialmente aqueles esquecidos por suas famílias. No entanto, a prática de homenagear os mortos remonta ao Império Romano, quando mártires eram lembrados em catacumbas. A data só foi oficializada em 1915 pelo Papa Bento XV, e desde então, uma missa especial é celebrada anualmente pelo Papa.

O Dia de Finados ocorre logo após o Dia de Todos os Santos, comemorado em 1º de novembro. Essa proximidade reflete a tradição cristã de honrar os mortos e santos em um curto intervalo de tempo. Em diferentes culturas, essa época é marcada por diversos rituais e celebrações em homenagem aos falecidos. No México, por exemplo,a tradição se estende por três dias, começando em 31 de outubro, no conhecido “Dia de Los Muertos”. Essa celebração é colorida, festiva e homenageia os entes queridos de forma vibrante e alegre.

A Igreja Católica possui alguns rituais praticados nesse dia. Se o fiel puder, é recomendável acender uma vela,  pois os cristãos católicos têm Jesus como a luz do mundo. Rezar também, porque a oração é uma forma de entrar em intimidade com Deus e com quem faleceu. As flores servem para homenagear a pessoa que partiu. Para completar o rito, ir à missa e rezar pela pessoa falecida é prática usual, seguida de visita ao cemitério, com o intuito de honrar os mortos junto à sepultura.  

Inclusive, alguns dos cemitérios mais famosos do mundo são pontos turísticos, devido à sua história, arquitetura e às grandes personalidades enterradas neles. Entre os mais conhecidos:

  • Père Lachaise, Paris: Com uma atmosfera gótica, abriga os túmulos de Chopin, Oscar Wilde, Jim Morrison e Edith Piaf, atraindo turistas do mundo todo.
  • Cemitério Nacional de Arlington, Virgínia, EUA: Conhecido por ser o local de descanso de militares e figuras notáveis como John F. Kennedy.
  • Monte das Oliveiras, Jerusalém: Local de importância religiosa, onde mais de cem mil judeus estão sepultados.
  • Wadi-al-Salam, Iraque: Considerado o maior cemitério do mundo, com uma extensão que impressiona pela vastidão.
  • Hollywood Forever, Los Angeles: Descanso final de ícones do cinema e música americana, como Rodolfo Valentino e George Harrison.

 

No Brasil, dois cemitérios se destacam. O Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro, fundado em 1852,  local onde estão sepultados Tom Jobim e Carmem Miranda, além de abrigar o Mausoléu da Academia Brasileira de Letras, onde está enterrado Machado de Assis. E o Cemitério da Consolação, em São Paulo, a necrópole mais antiga da cidade, com imponentes túmulos de personalidades como Tarsila do Amaral e a maior sepultura da América do Sul, da família Matarazzo. Além disso, conta com mais de 300 obras de arte dos séculos XIX e XX, oferecendo visitas guiadas para os interessados.

Esses cemitérios são muito mais do que simples locais de sepultamento; são verdadeiras galerias a céu aberto, carregadas de história e cultura.

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