Revitalização do Setor Comercial Sul avança com criação de Unidade Integrada de Segurança Pública
Mais uma etapa do projeto de revitalização do Setor Comercial Sul (SCS), que une esforços do setor produtivo e do poder público, está prestes a se concretizar. Em reunião com a diretoria da Fecomércio-DF nesta segunda-feira (28), o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Sandro Avelar, anunciou que em breve será definido o local que abrigará a nova Unidade Integrada de Segurança Pública. A estrutura reunirá efetivos da Polícia Militar, Polícia Civil, Detran e Corpo de Bombeiros, reforçando o policiamento e a presença do Estado na região central de Brasília.
De acordo com Avelar, a divisão de atuação de cada corporação já foi definida. “Estamos muito próximos da conclusão. Houve ajustes em relação ao imóvel inicialmente previsto, mas o processo está avançado dentro da Secretaria. A expectativa é de que, em breve, já estejamos operando na nova estrutura”, afirmou. O prédio cogitado está localizado na quadra 5 do SCS.
O presidente do Sistema Fecomércio-DF, José Aparecido Freire, destacou a importância da iniciativa para fortalecer o SCS, que vem ganhando novo fôlego com investimentos em educação, comércio e serviços. “Contamos com duas unidades do Senac na região — a Miguel Setembrino, recém-inaugurada e considerada a maior do DF, e a Jessé Freire, atualmente em reforma. Juntas, movimentam cerca de 6 mil estudantes por dia, o que traz vitalidade ao setor. Também modernizamos a unidade Presidente Dutra do Sesc-DF e mantivemos o Instituto Fecomércio no SCS mesmo após a mudança da sede da Federação para a Asa Norte”, ressaltou.
Segurança em farmácias e impacto da restrição a distribuidoras
Durante o encontro, empresários solicitaram reforço no policiamento em áreas com farmácias que funcionam 24 horas. O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos (Sincofarma-DF), Erivan de Araújo, informou que o DF possui cerca de 130 farmácias em regime de plantão. “Nossa preocupação é garantir segurança para os trabalhadores e clientes, especialmente em regiões mais vulneráveis”, disse.
Avelar respondeu que solicitará um mapeamento das áreas críticas para viabilizar ações específicas. O secretário também mencionou os efeitos positivos da recente restrição ao funcionamento de distribuidoras de bebidas, medida que proibiu o atendimento 24 horas. “A redução da atividade nesses estabelecimentos já resultou em queda nas ocorrências violentas, permitindo a realocação de efetivos para outras ações”, explicou.
Queda na criminalidade e combate aos crimes digitais
O secretário reforçou que os índices de violência no DF vêm apresentando queda contínua desde 2013, resultado da chamada gestão integrada. “É o que estamos fazendo aqui: reunindo o setor público e o setor produtivo para discutir a segurança com foco no comércio. O Artigo 144 da Constituição deixa claro que a segurança é dever do Estado e responsabilidade de todos”, frisou Avelar.
Segundo dados da pasta, em 2024 o DF atingiu um índice histórico: apenas sete homicídios por 100 mil habitantes — enquanto a média nacional é de 21. “Nenhum outro estado brasileiro apresentou uma redução linear da criminalidade como o DF”, destacou.
No entanto, Avelar alertou para o crescimento dos crimes virtuais, como fraudes e estelionatos, que têm ampliado o perfil das vítimas. O secretário manifestou interesse em desenvolver soluções em parceria com o setor empresarial. “Falo sempre em integração. Ela precisa envolver não apenas as forças policiais, mas também o comerciante, o professor, a rede de saúde e a imprensa”, concluiu.