Um deles é o bloqueador neuromuscular essencial para procedimento de intubação. Os preços de alguns insumos subiram até 10 vezes.
A falta de insumos imprescindíveis para enfrentar à Covid-19 é iminente de Norte a Sul do Brasil. A Frente Nacional de Prefeitos enviou um ofício ao presidente Jair Bolsonaro e ao Ministério da Saúde cobrando ações para suprir a escassez de oxigênio hospitalar e de sedativos usados na intubação de pacientes graves da doença.
Jonas Donizette, presidente da entidade, prevê um cenário ainda mais trágico nos próximos dias.
“Alguns remédios subiram até 10 vezes o valor do preço. O gestor, o secretário, o prefeito, fica em uma situação muito difícil, porque depois também pode ser acusado de superfaturamento. Então é importante que o governo federal garanta o fornecimento dos medicamentos por um preço justo.”
O hospital da Unicamp tem estoque de insumos de UTI para seis dias, segundo a direção.
O Fórum Nacional de Governadores pediu a compra emergencial de 11 medicamentos.
O governador do Piauí e presidente do Consórcio Nordeste, Wellington Dias, defende um acompanhamento mais rigoroso dos estoques pelo governo federal.
“Já são 18 Estados, por exemplo, que têm dificuldade com a escassez de bloqueador neuromuscular, e são medicamentos essenciais para quem está sendo tratado em UTI, em leito clínico. Queremos que se tenha mais que o monitoramento, que se tenha medidas para aquisição a nível nacional pelo Ministério da Saúde”, disse.
Uma pesquisa do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo mostra a gravidade da situação. Ao todo, segundo o estudo, 77% dos profissionais que atuam nos hospitais relatam a falta de sedativos nas unidades.
Outros 53% dizem que não há equipamentos de proteção suficientes. O presidente do Conselho, Marcos Machado, atribui a escassez ao desequilíbrio entre a oferta e a demanda.
“Pela alta da demanda, pelo custo porque aumentou exorbitantemente, inclusive não sei precisava todo esse aumento de preço, mas subiu em demasia também. Grande procura, alta de preços e também por escassez de mercado.”