No caso da felicidade e da pesquisa que nos coloca em 38º entre 150 países, é perceptível que a nota tem diminuído gradativamente desde 2013, possivelmente em razão da piora de diversos índices sociais, como o aumento do desemprego, diminuição do poder de compra, piora na segurança alimentar e a maior percepção da corrupção. Mas ainda assim, surpreende que ocupamos o 38º lugar no ranking. Os casos de alguns países da América Central e do Sul são curiosos, como Brasil, Nicarágua, El Salvador ou Costa Rica. Estes países têm notas baixas nos 6 fatores avaliados, por exemplo, o Brasil está em 69º no PIB e 59º em suporte social, mas relativamente bem colocados no ranking de felicidade.
Enquanto isso, outros países têm índices muito melhores nesses 6 fatores e estão abaixo de nós no ranking de felicidade, como Portugal e Japão. Isso quer dizer que nesses países da América central e do sul, a percepção de felicidade é explicada por outros fatores não diretamente avaliados no relatório. Talvez seja algo da cultura ou das relações sociais mais calorosas, não é possível afirmar qual o motivo. Nesse momento, podemos apenas fazer conjecturas, mas quem sabe no futuro outros fatores venham a ser avaliados e poderão explicar tais diferenças.
Shana Wajntraub comenta outro ponto que esse relatório mostra e que é importante salientar é o quanto a pandemia nos tornou mais humanitários. Se por um lado estamos mais ansiosos, por outro aprendemos a olhar o mundo com mais bondade. Houve uma mudança de valores num modo geral. O relatório da ONU torna claro como a felicidade é um projeto coletivo, e não individual. Por isso, é importante que possamos nos solidarizar com o próximo em situação de vulnerabilidade, e que possamos atuar em nosso meio, nos locais onde trabalhamos, em nossa comunidade para garantir que as condições para o bem-estar psicológico seja garantido nesses locais.”
Doar para caridade, ajudar um estranho e voluntariado estão em alta, “especialmente a ajuda a estranhos em 2021, em relação a antes da pandemia, aumentou em todas as regiões do mundo, as pessoas estão trabalhando juntas para lidar com eles”. Felizmente, há o aumento na benevolência.
No final das contas podemos dizer que não é o suporte social que “segura” a felicidade no Brasil, já que esta avaliação não é das melhores e mesmo assim nos sentimos felizes. Mas certamente todos esses 6 fatores em conjunto são importantes para a felicidade, é provável que se nos saíssemos melhor em tais índices poderíamos ser mais felizes, segundo o ranking, do que já somos. É complexo tentar traduzir tais índices do relatório anual da ONU para medidas individuais ou no ambiente de trabalho, mas podemos pegar “pistas” com os fatores que são considerados relevantes para a felicidade e adaptá-los em nossa vida.
Shana Wajntraub finaliza esclarecendo que, pensando no ambiente de trabalho, é importante que tenhamos reconhecimento pelas atividades que desempenhamos, e parte disso ocorre por meio de salários adequados; além de termos suporte social de nossos colegas e chefes, que pode ser traduzido em relações de apoio e de estabilidade no trabalho, ou seja, que não nos sintamos ameaçados ou pressionados; a autonomia nesse ambiente, podendo colaborar em decisões, desde de poder decidir na organização do espaço, ou em como cumprir a jornada de trabalho, e que haja transparência nos processos de gestão e decisão no ambiente de trabalho, para que possamos ter confiança na empresa e na equipe.
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