Estados Unidos se livram da cloroquina e Brasil libera para crianças e grávidas

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O Ministério da Saúde informou nesta segunda-feira (15) que vai ampliar as orientações de uso da cloroquina para dois perfis de pacientes considerados como grupo de risco: crianças e grávidas.

De acordo com a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Mayra Pinheiro, o governo vai reeditar a primeira nota técnica sobre o medicamento para incluir dosagens e recomendações para profissionais que decidirem receitar o medicamento em tratamento precoce para crianças e grávidas.

A decisão, como ressaltou a secretaria, ocorre “coincidentemente” no mesmo dia em que a FDA (Food and Drug Administration, em inglês), agência que atua como a Anvisa nos Estados Unidos, revogou a permissão de emergência para o tratamento com a cloroquina e a hidroxicloroquina contra a Covid-19.

Os responsáveis pelo órgão regulador americano declararam que “não é mais razoável acreditar que as formulações orais de hidroxicloroquina e de cloroquina possam ser eficazes”.

“Nem é razoável acreditar que os fatores conhecidos e os potenciais benefícios desses produtos superem seus riscos conhecidos e potenciais. Por conseguinte, a FDA revoga o uso emergencial de hidroxicloroquina e cloroquina nos EUA para tratar Covid-19”, apontou a FDA.

Secretária critica decisão da FDA

“Seguimos muito tranquilos, não haverá nenhuma modificação”, disse Mayra.

Questionada pelo G1 sobre se há novos estudos e evidências científicas que justificam as orientações para uso do droga, a representante do Ministério desqualificou a decisão dos EUA, afirmando que o FDA tomou como base trabalhos de “péssima qualidade”.

“Os trabalhos usados não podem ser referências utilizadas, são trabalhos de péssima qualidade metodológica, vamos continuar produzindo bons trabalhos no Brasil e vamos aguardar que o mundo produza, evidências clínicas”, disse a secretária.

“Melhores do mundo”

Em defesa dos protocolos, o secretário de Atenção Especializada à Saúde, Luiz Otávio Franco Duarte, não poupou elogios ao corpo técnico da pasta.

“Nossos profissionais são os melhores do mundo. Não fico dependendo de profissional de lá de fora. O que nós estamos passando hoje poderá salvar muitas vidas lá fora”, disse Duarte.

“Não me interessa país A ou B. Eu tenho certeza que esse produto entregue no dia de hoje é um dos melhores do mundo. Porque os notórios saberes que estiveram dedicando 24 horas do seu dia, eles tem essa certeza, eu não preciso perguntar pra país A, B ou C.” – Luiz Otávio Franco Duarte, secretário de Atenção Especializada à Saúde.

Defesa do medicamento

Sem apontar estudos ou resultados de levantamentos específicos, a secretária Mayra Pinheiro já fez suposições sobre o uso da cloroquina e uma suposta redução do impacto da pandemia.

“A nossa curva de infecção da Covid no Brasil começou a diminuir no dia 20 quando nós coincidentemente publicamos uma nota, não podemos afirmar com segurança que isso se deve aos estados e municípios que usaram a prescrição, mas já temos uma redução de internamento em UTI e oferta de leitos disponíveis para que possam ser utilizados por pacientes com outras demandas”, analisou Mayra Pinheiro.

Questionado sobre as bases da argumentação, os representantes do ministério afirmaram de forma geral que essa queda na evolução já tinha sido apresentada anteriormente e tem relação com a possível passagem do pico da epidemia em estados do Norte e Nordeste.

Nesta segunda, o Ministério informou que o Brasil chegou a 43.959 mortes desde o começo da pandemia.

O número já é equivalente ao cenário mais otimista de projeção do Imperial College de Londres, que previa esse total caso o país adotasse medidas rígidas de controle da pandemia. De acordo com os dados, os casos no Brasil seguem em evolução e não há indicativo de que tenhamos atingido um pico ou platô de mortes ou casos.

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