Djokovic está no sorteio do Aberto da Austrália, mas ainda pode ser deportado

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O tenista Novak Djokovic foi incluído no sorteio oficial das chaves de simples do Aberto da Austrália nesta quinta-feira (13), embora permaneça a incerteza sobre se o governo australiano cancelará o visto do cabeça de chave número 1 do torneio pela segunda vez. O sérvio vai enfrentar o compatriota Miomir Kecmanovic na primeira rodada

O ministro de Imigração, Cidadania, Serviços a Imigrantes e Relações Multiculturais, Alex Hawke, está ponderando exercer seu poder discricionário para revogar o visto de Djokovic por causa da preocupação da Austrália com a isenção médica do astro dos requisitos de vacinação contra a Covid-19 .

O atual campeão do Grand Slam, de 34 anos, que fez mais um treino na Rod Laver Arena nesta quinta-feira, deve entrar em quadra para o jogo de estreia na segunda (17) ou terça (18).

A Tennis Australia, organizadora do primeiro Major da temporada, adiou o sorteio oficial por mais de uma hora, sem dizer o motivo.

A polêmica assumiu uma importância que vai além do tênis: intensificou um debate global sobre os direitos dos não vacinados e se tornou uma questão política complicada para o primeiro-ministro Scott Morrison em sua campanha pela reeleição.

A Austrália deve realizar uma eleição em maio e, embora seu governo tenha conquistado apoio em casa por sua postura dura em relação à segurança das fronteiras antes e durante a pandemia, não escapou das críticas sobre o manuseio incorreto do visto de Djokovic. Ele se recusou nesta quinta a comentar o caso do visto do tenista.

Um tribunal, na última segunda-feira (10), permitiu que Djokovic ficasse no país por alegar que as autoridades agiram de maneira desproporcional em sua entrevista, em um processo de sete horas no meio da noite.

O governo agora deve decidir se deixa o tenista permanecer na Austrália e lutar pelo recorde de 21 títulos de Grand Slam – ele está empatado com o suíço Roger Federer e com o espanhol Rafael Nadal.

Boca no trombone

O tenista Stefanos Tsitsipas, número quatro do mundo, mostrou incomodado com a polêmica em torno do sérvio, autorizado a entrar na Austrália mesmo sem ter se vacinado contra a Covid-19.

O grego foi duro em entrevista ao canal indiano WION, reproduzida pela agência de notícia Reuters, e deixou claro não ter gostado da diferença de tratamento aos tenistas.

“Com certeza ele está jogando pelas próprias regras e está fazendo algo que não muitos tenistas têm coragem de fazer, especialmente depois que a ATP anunciou certos critérios para os jogadores entrarem no país”, analisou.

“Ninguém realmente pensou que poderia vir para a Austrália sem estar vacinado e sem seguir os protocolos. É preciso muita ousadia para fazer e colocar o Grand Slam em risco, o que não acho que muitos jogadores fariam”, disse o rival de Djoko na final do Roland Garros do ano passado.

“Faz a maioria de nós parecer tolos”

Quando questionado se o sérvio deveria jogar, Tsitsipas tentou fugir da polêmica e responder diretamente a pergunta, mas não economizou na crítica ao sistema.

“Há duas formas de olhar para isso. Por um lado quase todos os jogadores estão completamente vacinados e seguiram os protocolos para estar na Austrália. Por outro lado, parece que nem todos estão jogando pelas regras. Uma muito pequena minoria escolhe seguir o próprio caminho, o que meio que faz a maioria de nós parecer tolos”, disparou.

Tsitsipas também era contra a obrigatoriedade da vacinação, dizendo que temia efeitos colaterais. Após receber críticas do governo grego, o tenista voltou atrás e aderiu à vacinação.

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