Mesmo em prisão domiciliar, o empresário Carlinhos Cachoeira comemorou o aniversário de seis meses da caçula Clara. A mulher do contraventor, Andressa Mendonça, postou nas redes sociais uma foto da família na festa, que teve tema natalino. A comemoração, contudo, foi sem convidados. Cachoeira está impedido de receber visitas sem a autorização prévia da Justiça.
Apesar da comemoração, a festa não estava como a família queria. Cachoeira pediu para comemorar o aniversário da caçula e as festa de final do ano na sua fazenda em Montes Claros, mas o juiz Marcelo Bretas não deixou. Bretas conduz as ações da Operação Saqueador, que investiga o pagamento de propina da Delta ao ex-governador do Rio Sérgio Cabral. No despacho, o magistrado disse que o pedido do bicheiro “beira o absurdo”. E concluiu:
“O pedido certamente não apresenta nenhuma urgência ou excepcionalidade que justifique a sua concessão por este juízo, pelo contrário, trata-se de pedido esdrúxulo, que chega a fazer este Juízo questionar a seriedade com que o requerente vem enfrentando a medida decretada”.
Cachoeira chegou a ser preso em junho acusado de envolvimento em um esquema de lavagem de R$ 370 milhões desviados dos cofres públicos. Os procuradores do Ministério Público descobriram que, entre 2007 e 2012, a Delta faturou quase R$ 11 bilhões, só com verbas públicas, o que representa 96,3% de tudo que ganhou nesse período. Desse total, o MPF conseguiu comprovar que pelo menos R$ 370 milhões foram desviados.
Segundo a denúncia, o esquema da organização criminosa funcionou com a Delta repassando os valores para 18 empresas de fachada, fazendo contratos fictícios. Depois, tudo era sacado em dinheiro vivo para fazer pagamentos de propina a agentes públicos, inclusive políticos.