Paulo Loiola avalia o cenário atual do Estado e destaca os principais pontos que precisam de atenção no próximo governo
No dia 2 de outubro acontecem as eleições de 2022 e entre os cargos disputados está o governo dos Estados. Atualmente, o governador do Rio de Janeiro é Cláudio Castro (PSC), que tomou posse há cerca de um ano com o afastamento do até então governador Wilson Witzel e que também busca a reeleição.
A polarização da eleição presidencial tem obrigado os candidatos a governador a apostarem em campanhas voltadas à saúde, educação, segurança pública e emprego para conquistar o eleitorado. Entre os que se destacam para ocupar a cadeira, Castro (PL) lidera com 22% e o deputado federal Marcelo Freixo (PSB) aparece com 21%, segundo pesquisa Instituto Gerp divulgada no final de maio.
“O Rio de Janeiro é um Estado com potencial econômico enorme, mas que explora muito mal esse processo., Faltam programas estruturados de governo que possam destacar o cenário econômico brasileiro e o Rio ainda sofre, até hoje, por ter deixado de ser a capital”,explica Paulo Loiola, estrategista político da Baselab, sobre os desafios que o estado exige do próximo governante. “Com toda a questão da crise que envolveu o petróleo nos últimos anos, a extrema dependência desse recurso pelo Estado, o extrativismo de maneira geral e essa baixa industrialização, acabam por gerar um alto nível de desemprego, ao mesmo tempo em que o Rio é muito carente de políticas que aproveitem as potencialidades crescentes como a cultura, o turismo, o serviço, a criatividade e o próprio setor industrial”, completou.
Loiola afirma que o perfil ideal de um governador para o Rio de Janeiro é alguém que, antes de tudo, priorize o diálogo, a construção coletiva e que tenha nas mãos as ferramentas necessárias para superar os desafios da cidade. “Além disso, acho que é muito importante falar que o Rio de Janeiro tem um problema muito crônico na questão da segurança pública, é o berço das milícias, tem uma polícia complicada, em diversos casos. São muitos poderes paralelos, tráfico, além da própria milícia, então são questões críticas que precisam ser enfrentadas”, pontua o especialista.
Em relação a uma possível reeleição de Castro, o estrategista ressalta que o atual governador precisa trabalhar sua imagem perante a população. “Ele não foi eleito para esse lugar e não era uma pessoa pública, Castro tem um desafio em se equilibrar entre o bolsonarismo; já disse que não vai atacar Lula; que quer o melhor pro Rio de Janeiro, mas, ao mesmo tempo, ele está no partido do presidente, então vai precisar fazer algum tipo de equilíbrio para agradar ambas as bases”, finaliza Loiola.
Sobre a Baselab
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