Por Josiel Ferreira
O futuro secretário de Educação do Distrito Federal, Rafael Parente, doutor em educação pela Universidade de Nova York, deixou claro que tem como “missão de vida dar educação de excelência para todos”.
Em entrevista ao Tudo Ok Noticias, neste sábado (29), Parente, após trajetória marcada por passagem exitosa como subsecretário da Educação do Rio de Janeiro, chegou à conclusão que para uma reforma de reestruturação do setor educacional, só é possível dentro do governo. “Por mais complicado que seja”, ressaltou ele e emendou que “é por essa crença que estou aqui agora”.
Para fazer a diferença
“Estou muito animado porque não existe nada mais importante que eu possa fazer em minha vida do que contribuir para a educação pública. E não tem lugar melhor para você conseguir fazer uma diferença, em escala de tamanho grande, do que dentro do governo”, complementou Parente.
Na visão do futuro secretário de Educação do Governo do Distrito Federal (GDF), é fundamental dar oportunidade de desenvolvimento sócioeeconômico de forma igualitária aos cidadãos sem distinções.
Oportunidade para crescer
O mestre em Educação entende não ser justo que quem nasce no Lago Sul (bairro nobre de Brasília) consiga encontrar seus potenciais e desenvolvê-los.
Já aqueles que nascem em cidades satélites tais como Sol Nascente, Estrutural e Itapoã que poderiam ser “supercientistas, superartistas e superprofessores” não tenham a mesma chance.
“Perdemos muitos talentos. Aqueles destinos são condenados e a gente poderia estar naquele lugar”, disse ele, acrescentando que a educação pública é o instrumento para reverter essa realidade.
Em sintonia com o que foi dito pelo governador eleito Ibaneis Rocha (MDB), durante a campanha eleitoral, Parente seguirá integralmente o plano distrital de educação.
“Como secretário pretendo, em primeiro lugar, cumprir com aquilo que o governador contratou com a sociedade para o que ele foi eleito. Em segundo lugar, seguir o que está escrito no plano distrital de educação e o currículo que foi criado na discussão dentro da rede (de ensino) com a sociedade”, esclareceu ele.
Kit gay
Com relação à polêmica do projeto Escola sem Partido, que bombou nas redes, nessa semana, envolvendo o nome do novo secretário da Educação, ressaltou que no “currículo e plano distrital não tem kit gay e não tem ideologia de gênero.(Ouça áudio)
Também defende a formação continuada dos professores como uma opção para evitar conflitos e a doutrinação nas salas de aula.
“Vou cumprir o que foi construído no plano distrital no currículo e dando mais força à formação continuada, melhor infraestrutura das escolas, modernizando as escolas”, frisou.
Durante a entrevista, Parente elencou entre os desafios a ser enfrentados a criação de um modelo de escola, com metodologia, que seja interessante. O intuito é manter as crianças nas escolas e as que saírem desestimuladas retornem com vontade de aprender estimuladas, inclusive, com o auxilio de novas tecnologias.
Ele tem ainda como foco buscar estratégia para formar cidadãos autônomos que “pensem de forma clara e que consigam ler e interpretar bem um texto”, com o objetivo de que concebam “um pensamento lógico”.
Valorização do professor
Um ponto pacífico é a valorização professor que, segundo Parente, será cumprida a médio e longo prazo em diálogo aberto com o novo secretário de Fazenda, André Clemente, e Sindicato dos Professores Distrito Federal (Sinpro-DF) e com transparência. “É promessa do governador, está no orçamento e se é promessa do governador nós vamos cumprir”, enfatizou.
Perfil
Parente foi subsecretário na Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro de 2009 a 2013, na primeira gestão de Eduardo Paes (MDB). No Rio, implantou a plataforma on-line colaborativa de aulas digitais a Educopédia.
Doutor em educação pela Universidade de Nova York, o empresário também é CEO da startup de educação Conecturma, presidente do Centro de Excelência e Inovação em Política (Ceipe), e cofundador do Movimento Agora.