Nas últimas semanas, o Brasil vem acompanhando notícias alarmantes sobre a baixa procura da população por vacinas e as consequências desta mudança de postura, como a reaparição do sarampo, doença que estava erradicada no País.
O Ministério da Saúde revelou problemas na distribuição da vacina contra a meningite. Em entrevista à Jovem Pan, Marcelo Otsuka, médico e consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), ressaltou a importância do calendário vacinal existente e os problemas futuros que a baixa procura pela vacinação podem trazer.
“As políticas de prevenção têm sido bem adotadas. Nós temos problemas pontuais, que algumas vezes nem são relacionadas ao Ministério. Mas é sempre importante salientar que no Brasil um calendário vacinal muito bem estabelecido e que deve ser cumprido. Só assim faremos com que essas doenças sejam erradicadas e não tenhamos problemas futuros”, apontou Otsuka.
Taxa de mortalidade
Segundo o infectologista, doenças como a febre amarela e a meningite tem uma taxa de mortalidade muito grande, algo que pode ser resolvido com a vacina.
“Não podemos acreditar nessas fake news sobre a vacinação. A vacina é a grande forma de proteção contra diversas doenças. Infelizmente, quando temos problemas de distribuição ou falta de conhecimento por parte da população, é preocupante”, afirmou.
“Talvez seja desconhecimento ou falta de melhores informações. Vacina não provoca gripe. É um vírus inativado, não leva a doença. O que acontece é que após a vacinação, ela leva um tempo para ter eficácia. Se, nesse meio tempo, apresentarmos sintomas, vamos acabar pegando a doença. Mas posso garantir: vacina não provoca a gripe”, finalizou.
Vacinações em baixa
Preocupação com baixos índices de vacinação contra poliomielite e aumento de casos de sarampo unem organizações por apelo à imunização. Na última quarta-feira (25), no hospital Emílio Ribas, em São Paulo, as Sociedades brasileiras de Pediatria, Infectologia e Imunizações, em parceria com o Rotary Internacional, assinaram um manifesto para conscientizar a população sobre a importância de manter a vacinação em dia.
Mais de 11 milhões de crianças foram convocadas pelo Ministério da Saúde para se vacinar contra sarampo e poliomielite. Livre da paralisia infantil desde 1990, o Brasil corre o risco de voltar a sofrer com a doença, já que 312 cidades de diferentes estados imunizaram menos que a metade das crianças menores de um ano de idade.
Da Redação