Militares dos Estados Unidos atacaram com drones o braço do Estado Islâmico no Afeganistão no sábado (28, horário local – noite de sexta-feira, 27, no Brasil), bombardeando o local onde estaria um membro do grupo.
A ação ocorreu menos de 48 horas depois que um ataque suicida assumido pelo grupo matou 169 afegãos e 13 militares americanos no aeroporto de Cabul.
O Comando Central dos EUA disse que o ataque com drones em Nangahar foi lançado sobre um membro do Estado Islâmico-Khorasan (braço afegão do Estado Islâmico) que se acredita estar envolvido no planejamento de ataques contra os EUA em Cabul.
O ataque matou um indivíduo. O porta-voz do capitão da Marinha, William Urban, afirmou que não há relato de mortes de civis.
Afegãos feridos internados em hospital de Cabul após o atentado terrorista no aeroporto de Cabul, no Afeganistão, em 26 de agosto. Dois homens-bomba e homens armados atacaram afegãos que se aglomeravam no portão Abadia e soldados americanos que faziam a triagem para os voos de retirada do país. — Foto: Mohammad Asif Khan/AP
O ataque aéreo cumpriu uma promessa que o presidente Joe Biden fez à nação na quinta-feira, quando disse que os autores do ataque não poderiam se esconder. “Vamos caçá-los e fazê-los pagar”, disse ele.
“Temos opções lá agora”, disse o Maj. Gen. Hank Taylor, do Estado-Maior Conjunto do Pentágono.
Alerta
Também nesta sexta, o governo norte-americano pediu a seus cidadãos que deixem “imediatamente” os portões do aeroporto de Cabul. O Pentágono disse que a arriscada operação de evacuação dos americanos e aliados afegãos seguia enfrentando “ameaças específicas e confiáveis”.
“Os cidadãos americanos que estão agora no portão de Abbey, no portão Leste, no portão Norte ou no portão do Novo Escritório do Interior devem sair imediatamente”, informou a embaixada dos Estados Unidos em Cabul em um alerta de segurança.
Estado Islâmico-K x Talibã
O Estado Islâmico-Khorasan , também conhecido por sua sigla em inglês, Isis-k, é o braço afegão do Estado Islâmico. “Khorasan” é um nome histórico da região que inclui partes de onde ficam atualmente Paquistão, Irã, Afeganistão e Ásia Central.
O EI-K reivindicou alguns dos ataques mais violentos dos últimos anos no Afeganistão e no Paquistão.
O grupo massacrou civis nos dois países em mesquitas, santuários, praças e até hospitais, além de ter executado ataques contra muçulmanos de alas que considera hereges – em particular os xiitas.
Embora o EI-K e os Talibãs sejam militantes islâmicos sunitas de linha dura, também são rivais e divergem em temas de religião e estratégia. Cada um diz representar a verdadeira bandeira da Jihad.
Em um sinal de inimizade entre os grupos jihadistas, os comunicados do EI se referem aos talibãs como apóstatas.