Estrategista político Paulo Loiola explica que esquerda precisa seguir as pautas e tendências do momento, além de combater as fakes news
No Brasil, segundo estudo da empresa alemã Statista, até o final de 2021, 159 milhões de pessoas tinham acesso às redes sociais todos os dias. Sendo assim, podemos dizer que a internet tem grande poder de influência nas decisões de milhões de brasileiros.
Após o segundo turno das eleições brasileiras, as redes sociais foram dominadas pela extrema-direita que tem contestado a veracidade da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Entre os principais assuntos estão as manifestações que têm ocorrido em todo o país, boicote a estabelecimentos comerciais que declararam apoio ao presidente eleito, discursos de ódio sobre o STF e TSE etc.
O estrategista político Paulo Loiola explica que é importante para a gestão do presidente eleito que a esquerda paute as redes sociais e tenha maior unidade nas manifestações digitais. “As redes influenciam diretamente a opinião pública, o que pode atrapalhar a governabilidade junto ao legislativo e dificultar aprovação de leis ou direcionamento das ações”, pontua o especialista.
“A esquerda precisa investir na formação de quadros que entendam as novas dinâmicas de comunicação e avançar nas estratégias de combate a Fake News”, afirma. “Focar no monitoramento das ações da extrema-direita, entrar mais rápido nas pautas e tendências do momento, diversificar as redes dos seus influenciadores, entre outras ações”, completa Loiola.
Após ser derrotado nas urnas, o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) apareceu publicamente apenas uma vez e, ao contrário dos outros chefes de estado do Brasil em anos anteriores, não reconheceu diretamente a vitória de Lula. “O silêncio é estrategicamente construído para não ser acusado de inflar os manifestantes anti-democráticos e demonstrar que não aceita o processo, pois se falar vai precisar reconhecer a vitória”, analisa o estrategista.
“O bolsonarismo sofreu um baque forte e busca os mais radicais para manter o movimento vivo. Uma vitória nas redes facilita a volta de Bolsonaro ao poder. Além disso, diria que essa atuação dos bolsonaristas mais radicais pode ser a gestação de algo ainda mais à direita do atual presidente, e que deve-se monitorar as lideranças que virão desses movimentos”, finaliza Loiola.
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