Prepare o bolso que a carestia vai aumentar só com a subida do dólar. Circulam informações em Brasília de que já há procura de um nome para substituir Guedes, apesar de Bolsonaro resistir à substituição no time
O dólar é negociado novamente em alta nesta sexta-feira (21), em meio aos temores de piora do cenário fiscal do país após as manobras do governo para driblar o teto de gastos e da debandada de secretários do Ministério da Economia. O ministro da Economia, Paulo Guedes, poderá sair, mas ainda não há um candidato a cobrir a vaga. Ao mesmo tempo, o presidente da República ainda resiste à mudança, segundo os bastidores em Brasília.
Às 10h33, a moeda norte-americana subia 0,77%, cotada a R$ 5,7085. Na máxima do dia até o momento, chegou a R$ 5,7180 – uma alta de mais de 10% no acumulado do ano.
Já a Bovespa opera em queda, na contramão dos mercados externos.
A exemplo da véspera, o Banco Central ainda não anunciou ofertas líquidas de dólar para esta sessão.
Na quinta-feira, o dólar fechou em alta de 1,92%, a R$ 5,6651 – maior cotação desde 14 de abril e a maior valorização diária da moeda desde 8 de setembro. Com o resultado, a moeda norte-americana passou a acumular avanço de 4,03% no mês e de 9,21% no ano.
Na noite desta quinta-feira, a comissão especial criada na Câmara para analisar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios aprovou uma mudança no teto de gastos para viabilizar o Auxílio Brasil, programa social que deve substituir o Bolsa Família. O texto agora segue para o plenário.
A proposta de furar o teto para bancar o programa social repercutiu negativamente no mercado, elevando os temores de piora do quadro fiscal e de descontrole dos gastos públicos para financiar medidas vistas como populistas.
“Já estamos falando de um quadro inflacionário bastante preocupante e o gestor tem que perceber que está fazendo alguma coisa errada. Se a inflação no Brasil começou a subir antes de todo mundo e sobe mais forte, com o dólar descolado dado o cenário internacional, o gestor de política econômica tem que desconfiar. Então, é obvio que necessitava um maior cuidado na questão macroeconômica. Não é sair fazendo e a inflação é problema do BC. Tem erros sistemáticos cometidos”, disse a economista Zeina Latif, em entrevista à GloboNews.