Dívida Pública Federal cresce 2,77% em junho e ultrapassa R$ 7,88 trilhões
A Dívida Pública Federal (DPF) atingiu R$ 7,88 trilhões em junho, um aumento de 2,77% em relação a maio, segundo o Relatório Mensal da Dívida Pública (RMD) divulgado nesta segunda-feira (28) pelo Tesouro Nacional. No mês anterior, o estoque era de R$ 7,67 trilhões.
O crescimento foi impulsionado por uma emissão líquida de R$ 159,19 bilhões em títulos e pela apropriação positiva de juros no valor de R$ 53,52 bilhões. Com isso, o estoque ultrapassou os limites estimados no Plano Anual de Financiamento (PAF) de 2025, que projeta a dívida entre R$ 8,1 trilhões e R$ 8,5 trilhões até o fim do ano.
O prazo médio da dívida também caiu, de 4,20 anos em maio para 4,14 anos em junho, tocando o limite inferior do intervalo definido pelo PAF. A maior parte da DPF continua atrelada à taxa Selic, hoje em 15% ao ano. A composição atual é:
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Selic (taxa flutuante): 48,2%
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Índices de preços (IPCA): 26,5%
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Prefixados: 21,6%
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Câmbio: 3,8%
Instituições financeiras seguem como os maiores detentores da dívida, com participação de 31,3% (R$ 2,4 trilhões), seguidas pela Previdência Social (23,09%) e fundos de investimento (22,14%). Não residentes detêm 9,84%, enquanto seguradoras, governo e outros somam juntos cerca de 13%.
O “colchão” da dívida pública — reserva de liquidez na Conta Única do Tesouro — também cresceu, passando de R$ 861,3 bilhões para R$ 1,03 trilhão, alta de 19,64%. A reserva é suficiente para cobrir 8,44 meses de vencimentos da dívida.
A DPF é contraída para financiar déficits orçamentários do governo, ou seja, quando as despesas superam a arrecadação.