Banco Central barra compra do Master pelo BRB em decisão política
O Banco Central (BC) rejeitou, nesta quarta-feira (3), a aquisição do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB), em uma decisão interpretada como resultado de forte viés político. A medida é vista como reflexo da hostilidade histórica do presidente Lula (PT) e de ministros como Fernando Haddad (Fazenda) e Rui Costa (Casa Civil) contra Brasília, onde o PT acumula seguidas derrotas eleitorais.
O crescimento acelerado do BRB também gera incômodo. Com a operação, a instituição passaria a ocupar a 9ª posição no ranking dos maiores bancos do país, o que ampliaria a concorrência em um setor dominado por gigantes financeiros. No primeiro semestre de 2025, o banco registrou lucro de R$ 518 milhões, um salto de 461% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Em nota, o BRB informou ter solicitado ao BC acesso integral à decisão para “avaliar seus fundamentos e analisar as alternativas cabíveis”, reiterando que a transação seria uma oportunidade estratégica para clientes, acionistas, o Distrito Federal e o Sistema Financeiro Nacional. O Banco Master, por sua vez, declarou que também aguarda a íntegra da decisão, reafirmando confiança em sua operação e estratégia.
A reprovação surpreendeu, já que o processo ainda estava dentro do prazo de análise, que pode se estender por até um ano. O acordo, firmado em março, previa a compra de 49% das ações ordinárias, 100% das preferenciais e 58% do capital total do Master. A operação já havia sido aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e pela Câmara Legislativa do DF, com sanção do governador Ibaneis Rocha (MDB), adversário político de Lula e do PT.
O silêncio do Banco Central quanto aos fundamentos da negativa reforça a percepção de que a decisão foi influenciada por pressões políticas e interesses de grandes bancos que resistem ao fortalecimento de concorrentes regionais.