Autódromo de Brasília renasce como novo marco do automobilismo brasileiro
O automobilismo sempre teve lugar cativo na história de Brasília. Ainda na inauguração da capital, em 1960, o Eixão Sul recebeu o Grande Prêmio Juscelino Kubitschek, evento que antecipava a vocação da cidade para grandes competições. Depois vieram provas de rua, como os 500 km de Brasília, até que, na década seguinte, o Distrito Federal ganhasse finalmente um autódromo moderno, projetado para ser referência nacional.
O complexo foi construído no fim dos anos 1960 pelo Departamento de Estradas de Rodagem do DF (DER-DF) e inaugurado em 1974. O traçado inovador, idealizado a partir de consultas a dirigentes durante o GP da Argentina de Fórmula 1, resultou em uma pista de padrão internacional. Com 5.384 metros, segue sendo um dos circuitos mais longos do país — superior, inclusive, ao celebrado Autódromo de Interlagos.

Essa característica foi preservada e aprimorada na ampla reforma conduzida pelo Governo do Distrito Federal, que investiu R$ 60 milhões para devolver à população um equipamento histórico que permaneceu fechado por quase 12 anos. O resultado é um autódromo que combina tradição, modernização e potencial competitivo.
São seis traçados possíveis, 16 curvas e três grandes retas, incluindo uma de 803 metros. A largura generosa da pista, de até 15 metros, favorece ultrapassagens e disputas intensas. Uma das joias do circuito é a curva de alta velocidade com cinco graus de inclinação — única no país. “Somente o Autódromo de Brasília tem uma curva com essa característica, que permite velocidades maiores e competições ainda mais emocionantes”, destaca o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa. O banco assumiu a gestão do espaço em 2022, com concessão válida por 30 anos.
Outro diferencial é a localização privilegiada: ao contrário de autódromos situados em áreas periféricas, o de Brasília está no coração da cidade, próximo a hotéis, comércio, shoppings e ao transporte público. Dos setores de arquibancada, é possível enxergar praticamente todo o circuito — raridade no automobilismo mundial.
Modernização e segurança

A reforma respeitou o traçado original, mas introduziu padrões internacionais de segurança. O autódromo agora conta com 13 áreas de escape, 10 mil metros de guard rails, 90 mil pneus de proteção, caixas de brita, novas zebras e um paddock de 15 mil metros quadrados. A segunda etapa, prevista para 2026, inclui mais de 40 boxes fixos, um kartódromo e um centro médico. A terceira fase prevê equipamentos complementares, como lojas, áreas de eventos e o Museu do Automobilismo. O investimento total deve superar R$ 100 milhões.
“O objetivo é garantir a homologação da FIA e da FIM, assegurando que Brasília volte ao calendário das grandes competições”, afirma o superintendente do Autódromo BRB, Fernando Distretti.
Reabertura histórica
A reinauguração do Autódromo Internacional de Brasília acontece em 30 de novembro, com a penúltima etapa da Stock Car 2025 e show de Bell Marques. A programação se estende por três dias, com desfile de carros pela cidade (27), visitação de escolas (28), treino e corrida sprint (29). Os ingressos serão gratuitos, distribuídos pelo BRB.
Para facilitar o acesso do público, o GDF ampliou para o sábado, dia 29, o programa Vai de Graça, que garante gratuidade no transporte coletivo. A medida reforça o caráter popular e inclusivo da retomada do autódromo, símbolo do retorno de Brasília ao protagonismo do automobilismo nacional.
Com informações Agência Brasília
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