A anunciada filiação de Arruda ao PSD terminou como um retrato constrangedor do esvaziamento político. O que deveria ser um ato de força revelou-se um espetáculo artificial, sustentado por militância paga e por ônibus que despejaram pessoas no local sem que muitas sequer soubessem exatamente o que estavam fazendo ali.
Não havia lideranças. Nenhuma. Zero deputados distritais. Nenhuma referência política minimamente reconhecível. O ambiente era de apatia generalizada: discursos frios, plateia dispersa, olhares perdidos e uma clara sensação de obrigação, não de engajamento. Faltou entusiasmo porque sobrou vazio.
O desconforto era visível. Kassab, inconformado, assistiu a um evento fraco, sem densidade política, sem base social e sem qualquer sinal de musculatura eleitoral. Um fiasco que nem a encenação conseguiu disfarçar.
A desorganização foi simbólica: não havia cadeiras para sentar. Ninguém para recepcionar — nem político, nem assessor, nem militante orgânico. Não se viu liderança religiosa, tampouco representantes de associações de moradores ou de condomínios. Nenhum conselheiro tutelar. Nenhuma representação efetiva das regiões administrativas. Um ato sem território, sem comunidade e sem povo.
Para agravar o vexame, o termômetro visual da militância foi implacável: Izalci dominava com suas camisas amarelas e verdes; Fraga vinha em segundo; Tabanez em terceiro. Arruda, o protagonista do dia, aparecia por último — um detalhe que diz muito sobre quem realmente mobiliza e quem apenas convoca.
No fim, restou a constatação óbvia e incontornável: o evento foi um fiasco completo. Um ato político que pretendia marcar posição, mas acabou confirmando o isolamento. A filiação aconteceu no papel; na realidade, ficou evidente que Arruda chegou ao PSD sem base, sem liderança e sem plateia.
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