Atlas da Violência 2025 revela panorama nacional e avanços
Por Simone Salles
O Distrito Federal vive um momento de destaque na luta contra a violência. Em 2023, o número de homicídios na capital federal atingiu o menor patamar em mais de uma década, com 347 casos registrados — uma redução de 63,7% em relação a 2013. Além disso, a taxa de homicídios entre jovens de 15 a 29 anos também apresentou queda, reforçando os resultados positivos das políticas públicas de segurança implementadas na região.
Este avanço é resultado de ações estratégicas e de longo prazo, como o fortalecimento do efetivo policial, o uso intensivo de tecnologia, o planejamento baseado em dados precisos e o trabalho integrado das forças de segurança.
Mas o que esses números representam para o cenário nacional? O Atlas da Violência 2025, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), oferece uma análise aprofundada da situação da violência no Brasil. A publicação destaca que, entre 2022 e 2023, alguns estados conseguiram reduzir suas taxas de homicídio, como Rio Grande do Norte, Paraná e Amazonas. Por outro lado, estados como Amapá, Rio de Janeiro e Pernambuco tiveram aumentos nesse indicador.
O Atlas também revela que, desde 2016 ou 2017, estados como Pará, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Sergipe vêm apresentando reduções sistemáticas na taxa de homicídio. No período de 2013 a 2023, outros estados, como o Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraíba e São Paulo, também conquistaram melhorias contínuas.
Uma das novidades do relatório é a seção dedicada à violência no trânsito, que mostra uma redução de 6,5% no número de mortes por acidentes no DF, passando de 336 em 2022 para 314 em 2023 — uma redução de 6,5%. A taxa de mortalidade por 100 mil habitantes também caiu, passando de 10,7 para 9,9 no mesmo período. O DF aparece como a segunda unidade da federação que mais reduziu mortes no trânsito, atrás apenas de São Paulo e Santa Catarina, com queda de 16,1%. Outro destaque foi a posição da capital federal com a segunda menor taxa de óbitos por acidentes com motocicletas do país em 2023, com 2,4 por 100 mil habitantes, abaixo da média nacional e dos estados com os maiores índices. Ações de educação e fiscalização contribuem para esse resultado.
Sobre o levantamento
O Atlas da Violência 2025 é uma ferramenta fundamental para compreender o panorama da segurança pública no Brasil. Com dados detalhados, análises de tendências e recomendações de políticas públicas, o documento busca orientar ações que possam transformar a realidade de violência no país. Nesse sentido, destaca avanços, desafios e novas abordagens na luta contra a criminalidade, além de reforçar a importância do uso estratégico de informações e da continuidade de políticas duradouras para garantir uma sociedade mais segura para todos.
Como nas edições anteriores, o estudo utiliza dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, para retratar o panorama da violência no país. O Atlas realiza duas análises principais sobre a prevalência de homicídios nas Unidades Federativas (UFs): uma considerando apenas os registros oficiais classificados como homicídio e outra incluindo as estimativas de homicídios ditos ocultos.