Dinossauro de R$ 33 milhões: leilão divide a paleontologia

Compartilhar:
Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Telegram
Esqueleto de Ceratossauro - Foto: Matthew Sherman/Sotheby’s

 

Primeiro exemplar juvenil do predador pré-histórico pode ser arrematado em julho de 2025, levantando críticas sobre a comercialização de achados científicos

A mandíbula superior e o chifre nasal de um jovem Ceratossauro — um dinossauro predador de aproximadamente 150 milhões de anos — serão leiloados em julho de 2025, em um evento promovido pela casa Sotheby’s. Avaliado entre US$ 4 milhões e US$ 6 milhões (cerca de R$ 22 milhões a R$ 33 milhões), o fóssil tem despertado forte reação da comunidade científica.

O exemplar foi descoberto em 1996, próximo à região de Bone Cabin Quarry, no estado de Wyoming (EUA), e é considerado extremamente raro. Com cerca de três metros de comprimento, o esqueleto está quase completo, incluindo o crânio com 57 ossos. Trata-se do quarto Ceratossauro já encontrado no mundo — e o único de um indivíduo juvenil.

O fóssil está atualmente sob posse do empresário Brock Sisson, proprietário da empresa Fossilogic. Ele adquiriu a peça em 2014 do Museu da Vida Antiga, onde havia trabalhado na juventude, por valores não divulgados. A negociação, no entanto, gerou críticas à época, por transferir um bem de valor científico incalculável à iniciativa privada.

“Este é um espécime cientificamente muito interessante, mas estava basicamente esquecido, sem receber atenção”, afirmou Sisson.

Desde então, sua equipe trabalhou na preparação do fóssil, utilizando escultura e impressão 3D para reconstruir partes faltantes e torná-lo apto à pesquisa. Mesmo assim, a decisão de levá-lo a leilão reacendeu o debate sobre a privatização de peças paleontológicas.

Especialistas alertam que vendas como essa — a exemplo do “Apex”, estegossauro adquirido pelo bilionário Kenneth Griffin por US$ 45 milhões — estão tornando fósseis em objetos de luxo, inflacionando o mercado e dificultando o acesso de instituições científicas aos exemplares. Críticos apontam ainda que o comércio pode esvaziar o valor histórico das descobertas, ao transformá-las em itens de colecionador.

A Sotheby’s, por sua vez, defende o leilão e argumenta que eventos como esse ajudam a despertar interesse filantrópico e atrair doadores para o campo da paleontologia.

Fonte: IstoÉ

Mais lidas

Ipasgo firma convênios com mais 25 prefeit...
BRB convoca mais 50 escriturários e reforç...
Evento do Senac no Gama tem serviços e ofi...
...