Diabetes: um desafio crescente à saúde pública

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É uma doença crônica, silenciosa e grave que necessita de acompanhamento e cuidados ao longo da vida

 

Por Simone Salles

 

A Federação Internacional de Diabetes (IFD), junto com a Organização Mundial da Saúde, instituiu o dia 14 de novembro como o Dia Mundial do Diabetes. No decorrer do mês, ocorre a tradicional campanha Novembro Azul, voltada para a prevenção do câncer de próstata e para a conscientização sobre o diabetes. A doença, que se caracteriza pela elevação dos níveis de glicose no sangue, afeta cerca de 20 milhões de brasileiros, o que representa 10% da população nacional, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes. Essa condição, que pode causar complicações graves como problemas de visão e doenças cardiovasculares, tem levado a um aumento significativo na busca por atendimento médico no país.

Dados de 2023 do Sistema de Informações em Saúde para a Atenção Básica (Sisab) revelam que foram realizados quase 30 milhões de atendimentos relacionados ao Diabetes Mellitus (DM) em Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Além disso, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou mais de 36 milhões de atendimentos ambulatoriais e 281,7 mil hospitalares voltados ao diabetes desde o ano de 2022.

 

Prevalência e classificação

A doença é dividida em dois tipos principais. O tipo 1, que afeta de 5% a 10% dos casos, ocorre devido à destruição autoimune das células do pâncreas responsáveis pela produção de insulina. Já o tipo 2, que corresponde a 90% dos casos, está associado à resistência à insulina e ocorre frequentemente em adultos, especialmente aqueles com sobrepeso, sedentarismo ou histórico familiar. De acordo com a IDF, o Brasil ocupa a 6ª posição mundial em número total de pessoas com diabetes e a 3ª no ranking de casos do tipo 1.

A 10ª edição do Atlas de Diabetes da Federação Internacional de Diabetes confirma que o diabetes é um das emergências de saúde globais do século XXI que mais cresce. Em 2045, estima-se que 783 milhões de pessoas no mundo tenham diabetes. Cerca de 1 a cada 3 pessoas com diabetes não sabe ter a doença, uma vez que os sintomas de diabetes podem demorar a se apresentar (muita sede, urinar demais, vista turva, emagrecimento). Considerando essa informação, o número de diabetes no país pode ser ainda maior.

 

Prevenção e tratamento

Os principais fatores de risco para o diabetes tipo 2 incluem obesidade, alimentação inadequada, sedentarismo e consumo excessivo de álcool. Por outro lado, o tipo 1 é predominantemente genético. Para ambos, a prática de atividade física regular e o planejamento alimentar são fundamentais.

No âmbito do tratamento, o SUS oferece medicamentos gratuitos, como insulina e antidiabéticos orais, disponíveis nas UBSs e pelo programa Farmácia Popular. Além disso, o país conta com mais de 100 tipos de exames para diagnóstico e acompanhamento, incluindo a medição de glicemia capilar e hemoglobina glicada.

 

Conscientização e avanços

Para reforçar a importância da prevenção e controle da doença, o Dia Mundial do Diabetes, celebrado em 14 de novembro, e o Dia Nacional do Diabetes, lembrado em 26 de novembro, têm foco na promoção da saúde e na conscientização sobre o impacto do diabetes na qualidade de vida.

Além disso, em 2024, o governo federal inaugurou uma fábrica de insulina em Minas Gerais, marcando a retomada da produção nacional após 23 anos. O investimento de R$ 800 milhões permitirá a fabricação de até 20 milhões de ampolas de insulina glargina por ano, fortalecendo a oferta desse insumo vital para o tratamento.

Com a evolução do diagnóstico e a ampliação do acesso ao tratamento, o Brasil avança no combate aos impactos do diabetes, mas o desafio de reduzir sua prevalência e complicações exige esforços contínuos de prevenção e educação em saúde.

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