Dia do Professor: Educação transforma o mundo; mas requer novo olhar da sociedade

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Por que não explorar o tema violência contra professores em roteiros de novelas, por exemplo, para massificar a necessidade de mudança da realidade do profissional de educação e dos alunos, bem como da sociedade?

O reconhecimento do profissional da Educação, seja de qualquer outro setor, influencia profundamente no desempenho e reflete no bem estar do ser humano.

No Brasil, cuja peculiaridade são abismais desigualdades sociais, a luta pela valorização da profissão professor tem sido constante pelos verdadeiros obreiros da Educação. Professores das escolas são penalizados como se fossem condenados no mito de Sísifo.

A mitologia grega narra que determinado indivíduo foi condenado pelos deuses a eternamente carregar uma rocha morro acima.

Quando vai se livrar da pena, pois está chegando ao cume onde a pedra deve ser depositada, esta lhe escapa e despenca morro abaixo, fazendo-o voltar ao vale e reiniciar toda a tarefa. Em outras palavras, a estória aborda o conhecido “enxugar o gelo”. Um constante trabalho que acaba por não se traduzir em uma realização profissional.

Em contrapartida é preciso lembrar do filósofo brasileiro, Paulo Freire. A teoria icônica do notável educador é sempre pertinente.  “A educação não transforma o mundo. A educação muda as pessoas. Pessoas transformam o mundo.”

E, pelo fato de na realidade de os professores serem os propulsores da formação e, consequentemente, forjador de profissionais, é evidente que a educação possui um papel importante para a mudança sócio-econômica de qualquer país. Contudo sua importância frequentemente é descartada, visto que os professores, fundamentais para o processo, não são valorizados pelas instituições nem pela sociedade. Vale lembrar que a transformação da educação perpassa pela inclusão digital com seriedade.

É necessário analisar a precariedade do trabalho educacional. Isso exemplifica a desvalorização, já que os educadores não dispõem das ferramentas essenciais para o exercício da sua função, além de remuneração salarial inferior às demais profissões de nível superior.

Segundo o censo Escolar de 2017, apenas 54,3% das instituições de ensino fundamental possuem biblioteca ou sala de leitura e 65,6% das escolas têm acesso à internet. Fato negativo para o Brasil, posto que a educação de qualidade é imprescindível para o desenvolvimento econômico do país, no atual panorama de extrema concorrência profissional.

Também faz-se necessário destacar o desprestígio sofrido pelos educadores. Apesar dos professores serem a base de todas as profissões, eles não carregam esse mérito na medida em que o cargo é caracterizado como estressante e desagradável.

Isso, devido aos casos de desrespeitos e agressões tanto verbais quanto físicas dos alunos. Como ocorreu com a professora de português e literatura Marcia Friggi, de 51 anos, que levou um soco no rosto de um estudante ao dar aula em Indaial, Santa Catarina, conforme noticiado na imprensa, entre outros casos inaceitáveis. Desse modo, o índice de profissionais diminui a cada ano por causa de sua desvalorização no mercado de trabalho.

É mais do que urgente que ações sejam realizadas para que os professores tenham o reconhecimento merecido. E cabe às escolas, em associação com as redes midiáticas, produzirem filmes de curta-metragem a serem exibidos em salas de aulas e comerciais televisivos. Estes serem baseados em exemplos reais da desvalorização dos professores no país e recortes atuais que demonstrem a importância do papel deles no desenvolvimento da nação.

Violência contra professor na novela?

Um outro fator que poderia colaborar com a melhora das condições de trabalho para o profissional de educação é o tema violência contra o professor ser explorado em novelas na TV. O modelo que é o retrato da sociedade em capítulos poderia explicitar as causas e os efeitos desse tipo de violência.

O tema é excelente para ser introduzido nos roteiros de novelas tanto para adolescentes quanto para adultos. Com o objetivo de conscientizar a audiência avassaladora da sociedade.

Com isso, os estudantes estarão mais informados e chegarão à conclusão que eles próprios são os mais prejudicados e, a reboque, o quanto a violência é prejudicial ao professor. Ele que é o principal ator no ensino de qualidade. Desta forma, a sociedade finalmente será estimulada a lutar pela transformação do cenário brasileiro com a arma mais poderosa: a educação.

TudoOK Notícias, fez uma enquete com professores. Confira abaixo, o que é ser professor?

O ex-secretário de Educação Rafael Parente entende que o professor deve ser o mais nobre de todos os ofícios.

“Se não morre aquele que escreve um livro e planta uma árvore, com mais razão não morre o educador que semeia vida e escreve na alma.” A frase foi pinçada por Parente para ressaltar a importância da profissão.

Ele lembra que o autor é o escritor e dramaturgo Bertolt Brecht. E, segundo o ex-secretário, revela o quanto o ofício de professor deveria ser encarado como o mais nobre de todos. “Os profissionais de todos os tipos precisaram frequentar uma escola e aprender com professores para, depois, contribuir com a sua comunidade, exercendo a sua prática.”

Sem comemorações

Na visão de Parente, neste 15 de outubro, o professor brasileiro não tem o que comemorar. Segundo dados divulgados pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), nossos professores ganham menos do que a metade da média salarial paga a docentes em 46 países e trabalham mais do que eles.

De acordo com a organização, na rede pública, a média entre os professores da educação básica, no Brasil, é de US$ 12.337 por ano. Nos outros países, US$ 28.700. Nem o piso salarial de pouco mais de R$ 2 mil é respeitado. Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, mais de 10 estados brasileiros não pagam esse mínimo.

“O que vemos, em grande parte, é um cenário onde os professores não recebem pela importância e complexidade do seu trabalho, enfrentam salas de aula cheias e sem condições adequadas para exercer o ofício”, ressalta o ex-secretário.

Além disso, de acordo com a pesquisa estão entre os que mais trabalham. “Nos países analisados, o professor passa, em média, 40 semanas em sala de aula por ano. Os nossos permanecem duas semanas a mais trabalhando”, acentuou ele.

A desvalorização do professor é um processo histórico no país, que caminha lado a lado ao sucateamento das políticas públicas de Educação. Um país que não valoriza a construção de futuro da sua juventude não vai valorizar, por conseguinte, um dos principais responsáveis por isso, segundo Parente.

O resultado desse descaso com os professores tem reflexos sobre como os jovens veem essa profissão. Uma outra pesquisa da OCDE, realizada com adolescentes de 15 anos durante o Pisa, em 2015, revelou que nenhum dos entrevistados quer se tornar professor (primário ou secundário). “É um dado assustador e que precisa ser levado a sério. Se não conseguimos motivar nossos jovens a se tornarem professores dos que virão, o que será do futuro?”, questionou.

Quanto à importância de valorizar o profissional da Educação, na visão de Parente passa pela decisão de se tornar professor no Brasil, que é maior do que a escolha por uma determinada carreira profissional. Ele entende que “é uma decisão que carrega ideais e sonhos de se contribuir com a construção de um Brasil melhor para as próximas gerações”.

“Se a própria sociedade brasileira não reconhece a importância e complexidade desse ofício com salários e condições de trabalho adequadas, ou políticas públicas efetivas, não temos, sob qualquer aspecto, o que ser comemorado. E não temos como construir um país mais sério, moderno, justo e fraterno. Não valorizar nossos professores é destruir qualquer possibilidade de um futuro melhor para as novas gerações”, projetou o ex-secretário.

Formação moderna

Além da valorização financeira da profissão e de se investir nas condições de trabalho, é fundamental transformar completamente a formação dos professores, de acordo com Parente.

Ele enfatizou que segundo dados do MEC, dos mais de 1,4 milhão de estudantes matriculados em cursos de licenciatura, só 16% concluem a graduação. São pouco mais de 230 mil formados, 33% nas universidades públicas e 67% nas particulares. Além disso, após a graduação, as políticas de formação continuada são ineficientes e incapazes de estimular os docentes a continuarem atualizando seus conhecimentos.

Os aspectos salariais e relacionados à carreira são muito importantes, como também são políticas efetivas de formação continuada, condições minimamente dignas de trabalho, boa infraestrutura, segundo o ex-secretário. “Não ter de pagar do seu bolso para ter materiais e instrumentos essenciais à sua prática, e, também muito importante, o reconhecimento social como uma de nossas maiores autoridades.”

Ao ser questionado qual mensagem teria para transmitir aos professores, o professor Rafael Parente argumentou que apesar do “período tenebroso” atravessado pelo país e dos ataques que a categoria vem sofrendo, “não desistam da sua missão e do Brasil”.

“Nunca deixem de lutar, de ter esperanças e de acreditar que podemos, com a força do nosso trabalho, mudar essa realidade. Precisamos nos mobilizar, e criar articulações e estratégias políticas para que tenhamos o que comemorar no futuro. Ou os professores se organizam, se mobilizam e lutam pelo que acreditam e querem, ou sua situação social e econômica continuará se degradando”, complementou o ex-secretário da Educação.

((((Aqui entrará o outro texto que chegará e concluiremos com este abaixo))))))

 

 

 

 

A professora Lucresia Silva dos Passos ao ser indagada pelo TudoOK Notícias sobre o que ser professora mandou sua resposta.

Confira abaixo:

Ser Professor, é nunca perder a fé…

Fé que

Dias as melhores virão…

Que aquele nosso aluno vai vencer as dificuldades…

Que a escola vai receber verbas para suprir as necessidades…

Que a Educação Especial seja vista e reconhecida como modelo de Inclusão…

Ter fé que:

A sociedade reconheça a árdua profissão de formar para todas as outras profissões..

Que aquele nosso digno e sonhado “aumento chegue…

Que o caminho das drogas não adentrem nossos portões…

Ter fé que um dia nossa aposentadoria chegue como forma de diploma por ter sido o profissional que faz a diferença…E que muitos colegas que chegam para assumir nossos lugares, um dia foi chamado de “meu aluno”…

Ter fé sempre, pois existem dias chuvosos e dias ensolarados…pois nascemos para brilhar  sempre!

Parabéns Nobre Colega de Profissão!

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