Três dias após a rebelião que deixou nove mortos e 14 feridos no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, os detentos do regime semiaberto da unidade iniciaram um novo motim na noite desta quinta-feira (4). Desta vez, a situação foi controlada rapidamente por forças de segurança e, segundo a assessoria do governo de Goiás, ninguém ficou ferido. A respeito dos disparos de arma de fogo ouvidos na região do presídio, o governo afirmou que foram feitos pela PM com o objetivo de conter o motim.
A Superintendência de Administração Penitenciária de Goiás (Seap-GO) comunicou que o episódio começou quando presos de uma ala controlada pela organização criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) tentaram ocupar outras alas.
Vistoria
Em vistoria determinada pela presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, juízes e promotores ouviram de presos que os agentes não têm controle sobre a cadeia. Segundo eles, esse controle pertence a internos das alas B e C, as que entraram em choque e cometeram os assassinatos.
Ainda ontem (3), a Justiça de Goiás permitiu que os detentos que tenham emprego e precisam trabalhar fora sejam dispensados do dever de retornarem para o pernoite pelo prazo de dez dias no presídio. A determinação, segundo a Corte, foi tomada justamente diante do risco de novas rebeliões.
Morte
Em nota no site da secretaria, o coronel Edson Costa disse que os presos informaram que “a rebelião [do dia 1º] é consequência da morte de Thiago César de Souza (o Thiago Topete), em fevereiro do ano passado”. A pasta, em nota oficial, admite problemas estruturais e cobra “sensibilidade” do governo federal para obter mais recursos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.