Investigação Revela Detalhes do Envenenamento que Matou Três Pessoas em Torres, RS
Uma investigação em andamento sobre o caso do bolo de Natal envenenado, que resultou em três mortes em Torres, no Rio Grande do Sul, tem revelado uma trama de vingança planejada por Deise dos Anjos. A polícia descobriu que ela executou um plano detalhado para envenenar sua sogra, Zeli dos Anjos, e outros familiares. As informações foram divulgadas pelo programa Fantástico, da TV Globo.
Deise foi presa há uma semana, e a investigação revelou que, embora Zeli tenha sobrevivido ao ataque, ela foi gravemente afetada pelo veneno. Após comer o bolo, Zeli vomitou, precisou ser internada, mas teve alta na última sexta-feira, 10. A polícia também está investigando a morte do sogro de Deise, Paulo Luiz dos Anjos, que faleceu em setembro. A exumação do corpo revelou a presença de arsênio, um veneno utilizado no crime. A suspeita é de que o arsênio tenha sido colocado no leite em pó ingerido pelos sogros antes da morte de Paulo.
Depoimentos e provas indicam que Deise nutria um relacionamento conturbado com seus sogros. Uma amiga da família revelou à polícia que Deise fez ameaças explícitas, dizendo que veria a família inteira “dentro de um caixão” e desejando a morte de Paulo. No celular de Deise, os investigadores encontraram pesquisas sobre venenos e como matá-los, incluindo termos como “veneno para o coração” e “arsênio veneno”, além de áudios em que ela falava mal de sua sogra, chamando-a de “peste”.
O arsênio foi adquirido por Deise pela internet, e a nota fiscal mostra que a compra foi feita dias antes da morte de Paulo, em setembro. Inicialmente, o veneno foi colocado no leite em pó consumido pelos sogros, mas no caso do bolo de Natal, o veneno foi misturado à farinha. A polícia ainda investiga como a farinha contaminada foi parar na despensa de Zeli.
A defesa de Deise se manifestou através de uma carta enviada ao Fantástico, na qual sua irmã rebate as acusações, alegando que a polícia já está a condenando sem julgamento e destacando os esforços de Deise para ajudar os sogros durante as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul. A defesa também pediu que a presunção de inocência seja respeitada, uma vez que o inquérito ainda não possui relatório final. Quanto aos dados encontrados no celular de Deise, o advogado solicitou que sejam avaliados no contexto correto em que se inserem.
Este caso segue sendo investigado pela polícia, com mais detalhes aguardados no decorrer do processo.