PSB se move no tabuleiro político e mira nomes estratégicos para 2026
O PSB, partido do vice-presidente Geraldo Alckmin, intensifica sua articulação para reforçar o protagonismo no governo Lula e ampliar sua influência nas eleições de 2026. A sigla mira figuras de peso da Esplanada e do Congresso, entre elas a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), o titular de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), e a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB). Também estão no radar o ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD) e a ex-deputada Manuela D’Ávila, atualmente sem partido.
Desde que o prefeito do Recife, João Campos, assumiu o comando nacional do PSB em junho, o partido vem se reposicionando no cenário político com três metas centrais: garantir a permanência de Alckmin como vice na chapa de Lula, ampliar a bancada na Câmara e lançar candidatos competitivos ao Senado.
O caso mais avançado é o de Marina Silva, que analisa disputar o Senado e pode retornar à sigla após quase uma década. As conversas são conduzidas por João Campos e pela deputada Tabata Amaral (SP). Marina, porém, pretende esgotar uma disputa jurídica interna na Rede Sustentabilidade antes de formalizar a mudança. Caso confirme a filiação, será um reencontro simbólico com o PSB, partido pelo qual concorreu à Presidência em 2014 após a morte de Eduardo Campos.
Simone Tebet também surge como um nome cobiçado pelos socialistas. O PSB considera que sua transferência para São Paulo — estado onde teve boa votação em 2022 — pode abrir caminho para uma candidatura ao Senado. Como o MDB paulista está na oposição ao governo Lula, a ministra veria menos resistência em uma legenda aliada ao Planalto.
Em Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do país, o PSB tenta atrair quadros do PSD que se distanciaram do lulismo. A eventual migração de Rodrigo Pacheco e Alexandre Silveira é cogitada diante da guinada à direita do partido em Minas, simbolizada pela aproximação do vice-governador Mateus Simões com o Novo. Pacheco, no entanto, é apontado como possível indicado ao Supremo Tribunal Federal, enquanto Silveira mantém o discurso de fidelidade às orientações de Lula.
O PSB acompanha os movimentos do cacique do PSD, Gilberto Kassab, antes de avançar sobre o território mineiro. A avaliação é que, se Kassab consolidar o afastamento do governo federal, o partido de Alckmin se tornará o destino natural dos lulistas mineiros.
Outro nome que pode fortalecer a legenda é o de Manuela D’Ávila, que deixou o PCdoB em 2023. Vice na chapa de Fernando Haddad em 2018, ela é vista como potencial candidata ao Senado pelo Rio Grande do Sul ou puxadora de votos para a Câmara. Sua entrada no PSB, porém, depende de acordos internos no diretório gaúcho, dividido entre apoiadores do ex-deputado Beto Albuquerque e aliados do governador Eduardo Leite (PSD).
Com movimentos discretos, o PSB se posiciona como peça-chave no tabuleiro de 2026 — buscando consolidar sua presença no núcleo do poder e ampliar o protagonismo dentro da base lulista.
Com informações Globo.com