PROFESSORA, PROFESSOR!

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O Professor – além do ato de ensinar e aprender -, apresenta aos estudantes um mundo de forma orgânica – considerando que o mundo social só faz sentido para àqueles participantes do sistema dominante, o qual permite o controle e manutenção dos recursos matérias e espirituais garantidores da vida.

 

Pode-se definir o professor, no ato de ensinar, enquanto sujeito dotado de capacidades cognitivas; adquiridas essas ao longo do processo de formação profissional do magistério –, mais com sentido deontológico e menos no sentido vocacional. O exercício do magistério está inscrito, como diria Sigmund Freud, no campo das impossibilidades humanas dos três atos – curar, ensinar e educar.

 

Em que pese essas dimensões, o professor, sob pena de colocar em risco os pressupostos do magistério, tem o dever ético de apresentar aos estudantes os sentidos de um mundo que – mesmo em estado caótico – aponte um direcionamento ético e estabilizador das condições sociais. Sem essas condições, o Brasil não atingirá o processo civilizatório enquanto nação!

 

Uma sociedade sem professores, por si só, não se transforma; entretanto, não basta ter professores, apenas de fato. É necessário, antes de tudo, que a sociedade brasileira introjete na sua mentalidade os princípios da cidadania quanto à formação e qualificação do magistério público. Os docentes ensinam os parâmetros iniciais das ciências, colocando os estudantes nas interações iniciais e complexas do mundo. E isso  difere uma sociedade antiética, violenta e dependente como a nossa, de sociedades que investem em Educação Pública – com escolas no período integral. Valorizar o professos é investir em escolas desse modelo – além da formação e das questões salariais. Valorizar na prática; nos chavões politiqueiros, os quais colocam os professores como super heróis, ou santos, jamais!

 

A profissão do magistério – dadas as dificuldades levantadas anteriormente – no seu verdadeiro viés deontológico – precisa de um cuidado especial, o qual a sociedade brasileiro – repito – deve tomar para si, sob perigo de comprometer às gerações futuras. Grasna no Brasil, atualmente, uma letargia, para não dizer descaso intencional quanto ao que se deseja como nação. Imperam o descompromisso, o analfabetismo funcional e político, relegando a Educação Pública ao mero formalismo das tarefas burocráticas do estado brasileiro que, às vezes a sociedade civil apenas bate palmas e figura como público alheio ao dever da cidadania.

 

Hoje, nesses tempos sombrios de neoliberalismo – e suas seduções alentadoras das redes sociais -, as professoras e os professores do meu Brasil brasileiro, apesar da importância máxima, e que até os reinos animais e minerais reconhecem, não tem o mínimo de respeito da sociedade, salvo proclamações falaciosas e adornos hipócritas do Brasil oficial – como diria o Mestre do Cosme Velho.

 

É triste; é fato, e seria fado – para a dama portuguesa, Amália Rodrigues! E para nós, tudo isso existe – como existem as perspectivas da mudança, pois o ato de ensinar é, por antecipação, o ato de criar e recriar a partir das realidades que nos são colocadas. Vale como alento e estímulo; no entanto, mais como advertência – para entendermos a Educação Pública como ato político, seja à direita, ao centro, ou à esquerda!

 

 

*José Gadêlha Loureiro, professor de História e Secretário Geral da ADEEP-DF (Associação de Diretores e Ex-diretores das Escolas Públicas da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal).

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