Contradição entre discurso e prática na “Nuvem de Governo”

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Contrato do Serpro com a americana Cloudera expõe contradição na estratégia da Nuvem de Governo, que defende soberania digital e independência tecnológica no Brasil

A contratação, pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), de um serviço de subscrição da plataforma Cloudera, empresa norte-americana, por um período de 36 meses, expõe uma contradição direta em relação à estratégia de soberania digital defendida pelo governo federal.

Enquanto o discurso oficial prega a construção da “Nuvem de Governo” — uma infraestrutura digital soberana voltada a garantir a privacidade e o controle de dados estratégicos do Estado — a decisão de recorrer a uma solução estrangeira fragiliza a narrativa de independência tecnológica. O projeto da nuvem soberana, liderado por Serpro e Dataprev, tem como meta assegurar que informações sensíveis permaneçam armazenadas em território nacional, sob gestão de empresas públicas.

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O edital de licitação que resultou na contratação da Cloudera evidencia uma dependência de soluções externas em áreas críticas. Representantes da indústria nacional de tecnologia da informação já manifestaram críticas à medida, defendendo que a soberania digital só será efetiva com o fortalecimento de fornecedores locais, em vez da terceirização para grandes multinacionais.

Edital PE 908432025 – Subscricao Plataforma Cloudera (MSP)

Na prática, a decisão de firmar contrato de três anos com uma empresa dos Estados Unidos compromete a credibilidade da política de infraestrutura digital independente. Para analistas do setor, a medida reforça a percepção de que a soberania tecnológica brasileira ainda está submetida aos interesses de fornecedores internacionais, em contraste com o discurso de autonomia digital.

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