STF: Fux deve concluir voto no julgamento de Bolsonaro e aliados nesta quarta (10)
O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), deve concluir nesta quarta-feira (10) o seu voto no julgamento da chamada trama golpista, processo que tem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais sete aliados como réus. O placar está em 2 a 0 pela condenação de Bolsonaro.
A expectativa é de que Fux apresente um voto extenso, possivelmente divergente do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, e até mesmo favorável à absolvição do ex-presidente. O pronunciamento deve se estender por toda a manhã, suspendendo a análise até a quinta-feira (11), às 9h.
Nos bastidores, ministros e assessores da Corte avaliam que Fux pode se posicionar contra a condenação. Já as defesas dos acusados acreditam que o ministro seguirá, em linhas gerais, o relatório de Moraes, mas com ponderações. O embate deve se concentrar na fase seguinte, de definição das penas, marcada para amanhã.
Após o voto de Fux, restarão apenas os posicionamentos da ministra Cármen Lúcia e do presidente da Turma, ministro Cristiano Zanin, previstos para a sessão extraordinária convocada para quinta.
O processo tem Jair Bolsonaro como principal réu, acusado de liderar um plano para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o ex-presidente participou da elaboração de uma minuta golpista e tentou pressionar os comandantes das Forças Armadas a aderirem ao plano. Ele teria recuado diante da recusa dos então chefes do Exército e da Aeronáutica.
A defesa de Bolsonaro, liderada por Celso Vilardi, nega as acusações, critica a delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens, e aponta supostos “recortes escolhidos” nas provas reunidas pela Polícia Federal. Os advogados também reclamam do prazo considerado curto para analisar o material do inquérito.
Além de Bolsonaro, respondem como réus no processo relatado por Moraes:
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Alexandre Ramagem, deputado federal (PL-SP)
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Almir Garnier Santos, almirante e ex-comandante da Marinha
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Anderson Torres, delegado da PF e ex-ministro da Justiça
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Augusto Heleno, general e ex-chefe do GSI
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Mauro Cid, tenente-coronel, ex-ajudante de ordens e delator
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Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa
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Walter Braga Netto, general e ex-ministro da Casa Civil