A reforma ministerial de Lula: um jogo de xadrez político

Compartilhar:
Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Telegram
[views count="1" print= "0"]
[tta_listen_btn listen_text="Ouvir" pause_text="Pause" resume_text="Retomar" replay_text="Ouvir" start_text="Iniciar" stop_text="Parar"]

 

Lula prioriza o PT na reforma ministerial, desagrada o Centrão e adia mudanças estratégicas

 

 

 

A recente movimentação no Palácio do Planalto, marcada pela entrada de Gleisi Hoffmann na articulação política e a substituição de Nísia Trindade por Alexandre Padilha no Ministério da Saúde, evidencia a estratégia do governo Lula para consolidar alianças e pavimentar o caminho para as eleições de 2026. No entanto, a demora em definir novos espaços na Esplanada tem gerado desconforto entre partidos aliados, especialmente o Centrão.

Centrão impaciente A hesitação do governo na distribuição de cargos tem causado irritação em partidos como o PSD, o MDB e o PSB, que aguardam definições para reforçar sua influência no governo. O PSD, em especial, pressiona por maior participação, demonstrando descontentamento com a falta de celeridade na reforma.

Até agora, as mudanças realizadas têm priorizado o PT, como evidenciado pela nomeação de Sidônio Palmeira na Secretaria de Comunicação Social (Secom), substituindo Paulo Pimenta, e a escolha de Gleisi Hoffmann para a Secretaria de Relações Institucionais. O objetivo do governo é duplo: reverter a baixa popularidade e garantir a hegemonia petista nas eleições internas do partido, marcadas para julho.

Possíveis novas mudanças A reforma ministerial pode ainda trazer alterações estratégicas. Entre os movimentos estudados, destaca-se a possível substituição de Paulo Teixeira (PT-SP) no Ministério do Desenvolvimento Agrário, abrindo espaço para a volta de Paulo Pimenta ao primeiro escalão. No Ministério das Mulheres, Cida Gonçalves pode ser substituída por Luciana Santos (PCdoB-PE), atualmente à frente da pasta de Ciência e Tecnologia.

Outro nome cogitado para compor o governo é o do deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP), que pode assumir a Secretaria-Geral da Presidência no lugar de Márcio Macedo. Essa possível nomeação tem gerado receio no Centrão, que teme um realinhamento do governo exclusivamente à esquerda, o que poderia comprometer a coalizão com partidos do centro e da direita moderada.

Lira e Pacheco: futuro incerto A promessa de Lula de acomodar figuras-chave do Congresso, como Arthur Lira (Progressistas-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ainda está em aberto. Lira chegou a ser cotado para o Ministério da Agricultura, mas a possibilidade perdeu força, principalmente porque o ex-presidente da Câmara tem se dedicado à sua campanha ao Senado em 2026. Já Pacheco, que pouco tem aparecido publicamente desde que Davi Alcolumbre assumiu a presidência do Senado, segue no páreo para o Ministério do Desenvolvimento, Comércio e Indústria, atualmente sob comando do vice-presidente Geraldo Alckmin.

A batalha por Ciência e Tecnologia Uma das disputas mais acirradas ocorre em torno do Ministério da Ciência e Tecnologia, uma das pastas com maior orçamento do governo. PSD e PSB travam uma queda de braço pelo comando do ministério, que pode ser entregue a Antônio Brito (PSD-BA), aliado de Gilberto Kassab, ou a Tabata Amaral (PSB-SP), que, além de ter formação técnica na área, representaria um reforço político para o partido.

Com a reforma ainda em curso, Lula enfrenta o desafio de equilibrar interesses internos do PT, demandas de aliados e a necessidade de manter uma base sólida no Congresso. O desenlace desse xadrez político nos próximos meses será crucial para o futuro do governo e para sua capacidade de articulação até 2026.

 

Com informações IstoÉ

Mais lidas

Feira de Natal do Empreendedor Criativo va...
Disputa pelo GDF ganha novo protagonista
Canal Saúde Goiás alcança mais de 3 milhõe...
...