Altos gastos com envelopes, cartões de visita e boletins informativos levantam dúvidas sobre a utilização adequada dos recursos públicos
O deputado federal Alex Manente, do Cidadania-SP, é alvo de questionamentos após ter gasto R$ 240 mil de sua verba parlamentar com a compra de materiais de escritório, como envelopes, cartões de visita, papéis timbrados e 170 mil boletins informativos. Esses valores estão entre as maiores despesas desse tipo registradas entre todos os deputados no ano de 2022, de acordo com informações divulgadas pelos jornais Folha de S. Paulo e UOL.
As notas fiscais emitidas em dezembro revelaram os detalhes dessas despesas. O deputado adquiriu 10 mil envelopes, 15 mil cartões de visita, 3 mil pastas-canguru timbradas, 50 mil unidades de papel timbrado A4 e os 170 mil boletins informativos. No entanto, chamou a atenção o fato de que, até o final de janeiro, apenas R$ 37,47 foram gastos com serviços postais, sugerindo que os envelopes não foram utilizados com recursos provenientes da verba da Câmara.
Essa discrepância despertou questionamentos sobre o uso adequado dos recursos públicos. O caso levanta dúvidas sobre a necessidade e a justificativa para os altos gastos com materiais de escritório, especialmente considerando que o deputado utilizou apenas uma pequena parcela dos envelopes adquiridos.
Diante dessas informações, a sociedade civil e os órgãos fiscalizadores exigem transparência e prestação de contas por parte do deputado Alex Manente. É fundamental que sejam esclarecidos os motivos dessas despesas e que se verifique se os recursos da verba parlamentar foram utilizados de acordo com as normas e finalidades estabelecidas.
A investigação sobre esses gastos com verba parlamentar se torna crucial para garantir a responsabilidade e a ética na gestão dos recursos públicos, bem como para assegurar a confiança dos cidadãos na atuação dos representantes eleitos.
O deputado confirma que os boletins informativos foram utilizados.
“Eu sou o mais votado durante três vezes no Grande ABC, que não tem comunicação de TV, de mídia local. Sempre anualmente eu faço prestação de contas pro jornal, entrego na região inteira e tá dentro da legalidade, não há nada de ilegal“, declarou ao UOL.
O parlamentar disse também que os gastos se referem ao ano de 2022 e não ao mês de dezembro, alegou que os envelopes são entregues para as pessoas do seu colégio eleitoral como parte de sua prestação de contas e que não está entre os deputados que mais gastaram verba parlamentar.
“Não sou o que mais gastou, o que mais consumiu verba pública. Eu deixei de utilizar os recursos que tenho direito na cota. […] Não há nenhuma ilegalidade, nenhuma imoralidade, é prestação de contas do mandato”, destacou.
Cerca de 56,7% da cota parlamentar do deputado para 2022 foi gasta em duas notas fiscais emitidas por Lanagraf Serviços Gráficos em 27 de dezembro. A gráfica fica em São Bernardo do Campo (SP), local onde Manente é cotado para o cargo de prefeito nas eleições de 2024.
