Debate na Câmara Legislativa do DF destaca avanços e desafios da ciência, tecnologia e inovação
Nesta segunda-feira (29), o plenário da Câmara Legislativa do Distrito Federal recebeu agentes ligados à ciência, tecnologia e inovação para discutir políticas de financiamento e fomento ao setor. O encontro, proposto pela deputada Doutora Jane (MDB), reuniu representantes do meio acadêmico, empreendedores e agentes públicos, destacando oportunidades e desafios da área.
Doutora Jane ressaltou o avanço significativo dos investimentos no setor de tecnologia e inovação nos últimos anos no DF. No entanto, enfatizou a necessidade de um trabalho conjunto entre governo, setor produtivo e academia para potencializar o setor, visando gerar uma “economia de valor agregado”. Ela destacou uma mudança de paradigma em relação às características da economia local, afirmando que “tecnologia não é nosso futuro, já é nosso presente”.
Carlos Lima, membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico Sustentável e Estratégico do DF (Codese), cobrou maior articulação do poder público para fomentar iniciativas ligadas ao desenvolvimento tecnológico. Ele enfatizou a importância de disponibilizar linhas de crédito, como as oferecidas pela FINEP e BNDES, para os agentes atuantes no setor.
Lima também destacou a relevância da implementação do Parque Tecnológico de Brasília (BIOTIC), próximo ao Parque Nacional de Brasília, como uma iniciativa crucial para impulsionar o setor, que já representa 10% do PIB do DF.
Geovane Salomão, presidente do Conselho Federal de Desenvolvimento da Presidência da República, enfatizou a importância de investir em uma economia com valor agregado, destacando o setor de tecnologia e inovação como um representante dessa lógica. Ele alertou para o risco de uma economia baseada majoritariamente em commodities.
O investimento em startups também foi discutido durante o evento. Hugo Giallanza, presidente da Brasil Startups, apontou a necessidade de estimular a cultura empreendedora e aumentar o financiamento público e privado para esse modelo de negócio, enfatizando que um ecossistema de startups maduros depende desses estímulos.
Olival Freire Junior, vinculado ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, destacou a importância do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) no investimento de projetos ligados à inovação. Ele ressaltou a sanção da lei que proíbe contingenciamentos do FNDCT em 2021 como crucial para fomentar iniciativas ligadas à ciência e tecnologia.
Representantes presentes defenderam uma maior interlocução entre academia, setor produtivo e Estado para a implementação de um ecossistema de inovação. Doutora Jane, que preside uma Frente Parlamentar ligada ao tema, afirmou que continuará promovendo reuniões e debates construtivos com os atores envolvidos.