O deputado distrital Lira (PHS) foi tomado de surpresa, nessa sexta-feira (15), com o documento intitulado “Nota Oficial da Comissão Executiva” do PHS/DF. No primeiro semestre deste ano, uma disputa judicial no comando nacional do partido, que ainda está em curso no TJDFT e no TSE, levou à alteração da executiva regional da qual Lira era membro nos termos do artigo 40-I do estatuto partidário, que está sendo descumprido pela executiva.
Mesmo assim, o parlamentar se manteve neutro, e não fez qualquer tipo de crítica a nenhuma das partes envolvidas no processo. O distrital declara que jamais teve qualquer tipo de relação ou desavença com os membros desta comissão executiva “nomeada” no dia 31/07/2017. “Não considero salutar para um início de relação a emissão de uma nota sem edital, sem reunião e arbitrária, deixando claro qual será o modelo da ‘nova gestão’, do tipo quem manda e obedece quem tem juízo, e, apesar de eu ter muito juízo, não posso aceitar os termos e as condições impostas nesse momento pela atual direção do PHS”, afirmou Lira.
O deputado acredita que o pouco tempo de vínculo com o PHS/DF, cerca de 120 dias, não permitiu aos membros da atual executiva entender a dinâmica da funcionamento da legenda, até porque só teve contato pessoal com ela pela primeira vez há dois meses, no seu gabinete. “O documento orienta e ameaça os filiados, pois, ao exigir a entrega de seus cargos no governo em 24 horas, também deixa clara a penalidade de processos de desligamentos caso não seja cumprida a orientação. Até onde tenho conhecimento, o PHS possui pouquíssimos cargos no governo e, ao meu ver, a emissão da referida nota mais constrange e desorienta que esclarece”, ressaltou Lira.
O parlamentar explica que foi eleito por uma das comunidades mais carentes do DF – São Sebastião – e, desde que assumiu como deputado distrital, tem trabalhado para levar todo tipo de benfeitoria para a cidade e outras áreas que necessitam atenção especial do Estado. Lira pediu ao atual presidente do PHS, Gilvando Galdino, para não impor tais restrições, tendo em vista a grande quantidade de obras e serviços acertados com o governo, como a construção de creches, escolas e a regularização do Morro da Cruz. “Romper agora com o GDF será o mesmo que jogar por terra todo esse entendimento com ele e, caso isso ocorra, quem mais vai sair perdendo será a própria população”, disse o deputado.
Lira defende o entendimento entre o partido e o governo. Já no que diz respeito ao PHS, ele afirma que continuará filiado à legenda, apesar de nunca ter sido convidado pela direção atual para participar de nenhuma reunião da executiva e nem ter sido consultado para nada.
“A postura da atual executiva da qual fui arbitrariamente excluído, somado ao fato de ter sido descartado da discussão e do processo decisório, que contraria o princípio democrático sob o qual os partidos devem pautar sua atuação, não me deixa outra alternativa senão recorrer ao Poder Judiciário caso eu venha a ser expulso do mesmo pelo simples fato de querer continuar ajudando a população do DF, por meio da legenda pela qual fui legitimamente eleito”, afirmou o distrital.