Com histórico de escândalos e acusado de “rachadinha”, Daniel Donizet recusa bafômetro e tenta usar mandato para evitar autuação por suspeita de embriaguez ao volante
O deputado distrital Daniel Donizet (MDB-DF) voltou ao centro de polêmicas nesta quinta-feira (26), ao ser flagrado por policiais militares dirigindo sob suspeita de embriaguez no Riacho Fundo I. O parlamentar se recusou a fazer o teste do bafômetro durante a abordagem, numa tentativa interpretada como manobra para evitar a autuação formal. Segundo informações de bastidores, Donizet ainda teria tentado se valer da condição de deputado para escapar das consequências legais.
A abordagem ocorreu por volta das 20h, segundo a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), quando uma equipe do Batalhão de Policiamento Rodoviário interceptou a caminhonete conduzida por Donizet. Nada de ilícito foi encontrado no veículo durante a revista, mas o parlamentar se negou a realizar o teste de alcoolemia, o que, de acordo com a legislação vigente, já configura infração. Um familiar habilitado foi acionado para conduzir o veículo, tendo feito o teste do bafômetro no local.
Esse novo episódio se soma a uma série de escândalos que marcam a trajetória política de Daniel Donizet. O deputado, que teve passagem pelo PL antes de se filiar ao MDB, saiu da antiga sigla sob desgaste político: o partido chegou a abrir um processo ético-disciplinar contra ele.
Em dezembro de 2021, o gabinete de Donizet foi alvo da Operação Melinoe, deflagrada pela Polícia Civil do DF em conjunto com o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT). A investigação apura um esquema de desvio de salários de servidores comissionados, prática conhecida como “rachadinha”. Na ocasião, agentes cumpriram mandados de busca e apreensão tanto no gabinete parlamentar quanto na sede da Câmara Legislativa do DF.
Além disso, pairam sobre o deputado acusações que incluem assédio sexual e omissão de socorro, todas ainda em tramitação na Justiça, mas que, somadas, levantam sérios questionamentos sobre sua conduta ética e o compromisso com o mandato que exerce.
A tentativa de contornar mais uma infração usando a prerrogativa do cargo mostra, mais uma vez, a distância entre o comportamento do parlamentar e o padrão de responsabilidade que se espera de um representante público.