Dengue: Vamos aproveitar a quarentena e combater focos da doença que também mata?

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Que tal aproveitar o tempo de confinamento, ou como alguns preferem, quarentena,  imposto pela pandemia do novo coronavírus para “caçar” juntos com, por exemplo, as crianças – sem terem o que fazer -,  focos de mosquito da Dengue, o velho e conhecido Aedes aegypti, no quintal das residências ou nos apartamentos?

Pelas estatísticas, o índice de maior quantidade de incidência de dengue ocorre principalmente, em quintais de casas onde há vários objetos, como pneus, entulhos, ou ainda a caixa d’água que deve estar limpa e coberta. Além de outras “maternidades de mosquitos”.

As dicas super-válidas são do biólogo, mestre em saúde pública, entomólogo e melhor especialista em dengue do Distrito Federal, o subsecretário de Vigilância em Saúde Dr. Divino Valero Martins, em entrevista ao Tudo OK Notícias.

Confira nos vídeos abaixo, com o então coordenador do Programa Nacional de Controle da Malária, Dengue, Zika e Chikungunya do Ministério da Saúde, respostas às principais dúvidas sobre Aedes aegypti.

“Dedique-se dez minutos cada indivíduo, e vamos fiscalizar o quintal, veja se a caixa d’água está coberta corretamente, verifique aquele tonel, o ralo se está escoando a água, se não há água parada, se não tem larvas nessa água”, disse o subsecretário.

Ele recomendou ainda que dentro de casa, abram as cortinas, deixe a luz entrar e ventilar. O inseto tem fotofobia. Olhe o quintal do vizinho, faça uma blitz no seu ambiente.

“Se todo cidadão fizer isso, nesse momento, a gente acaba com a dengue no Distrito Federal”, apelou Martins.

Caça ao Foco

Diga não ao mosquito da Dengue

Há muita gente que se queixa não ter nada para fazer ultimamente, os moradores de casas podem brincar até com as crianças de “Caça ao Foco”, despertando nelas a responsabilidade que muitos deixam a desejar no quesito combate ao foco das larvas do Aedes aegypti. Ao menos, na guerra para diminuir a curva de casos de dengue no DF.

Aqui o foco desta reportagem é abordar o tema da dengue, em tempos da pandemia do novo coronavírus. É importante manter a guarda levantada contra os mosquitos da Dengue.

E como sempre, a participação da polução é mais que fundamental no combate ao inseto que pode levar à morte.

Para começar, Martins enfatiza que os cidadãos precisam mudar de atitude definitivamente.

“Assim como no caso do novo coronavírus, dependemos da mudança de comportamento, que é varredura do próprio imóvel. A verificação objetos com água, se não há presença de insetos dentro de casa, se há ocorrência de picadas de mosquito durante o dia é 90% de ser Aedes aegypti”, disse o subsecretário.

“Só com a participação de todos e diminuindo a densidade população do mosquito é que contemos a dengue”, complementou Martins.

Lembrando dos sintomas

Hoje naturalmente, estão ocorrendo casos de dengue em toda a região Centro-oeste. Martins lembra que o DF é só um limite imaginável político. E boa parte da população que mora no entorno trabalha no DF.

Segundo Martins, essa distribuição geopolítica não existe para a Saúde Pública. Em época de epidemia é preciso prestar muita atenção nos principais sintomas.

“Dores atrás dos olhos, de cabeça, de barriga, náuseas, vômitos,  manchas avermelhadas pelo corpo. São sintomas clássicos de dengue. É preciso ficar atento”, reforçou Martins.

O GDF vem-se comprometendo e realizando e dando prioridade ao atendimento e casos prováveis de dengue.

“Já elegemos salas de hidratação, montamos tendas para atender esses casos prováveis para pegar o paciente classificá-lo imediatamente recuperá-lo, com seus endereços já mandar equipes para lá e fazer as borrifações, fazer a orientação sanitária e evitar novos casos”, detalhou Martins.

De certa forma é compreensível do ponto da saúde você ter o surto epidêmico. O que não podemos ter são óbitos por uma doença que o remédio é não ter água parada.

Na visão do especialista, um dos desafios do século XX é conter os avanços dessas doenças provocada por um mosquito dos quais mais de 92% estão dentro das casas e quintais das pessoas.

Mobilização sanitária

 

Martins entende que, por mais que o GDF contrate 600 agentes recentemente, o importante é fazer um apelo em época de coronavírus, que se recomenda toda a atenção também à dengue. As pessoas têm que cumprir todas as orientações sanitárias com relação ao coronavírus.

“Vamos aproveitar que estamos em casa, com a família, para tratar do nosso ambiente que é essa ação sanitária”, acentuou o biólogo.

Não adianta achar que o governo sozinho vai vistoriar 100% em tempo real todos os imóveis. Ele ressalta que o Distrito Federal tem mais de um milhão de imóveis.

“Só vamos ter sucesso no trabalho contra a dengue se as pessoas tiverem a mesmas preocupações que estão tendo como coronavírus, tiverem também com o mosquito da dengue”, frisa.

 

“Só vamos ter sucesso no trabalho contra a dengue se as pessoas tiverem as mesmas preocupações que estão tendo com o coronavírus, também as tiverem com o mosquito da dengue.”

 

“Maternidades de mosquito”

Os ambientes de construção horizontais podem conter “maternidade de mosquitos”. Martins cita um brinquedo esquecido no quintal que pode propiciar o ambiente favorável ao desenvolvimento da larva.

A expectativa do GDF é transformar cada cidadão em um agente de saúde, segundo Divino.

“Se isso não ocorrer todo ano, infelizmente a gente vai ter esse problema por muito tempo”, ressaltou.

“O que faz ocorrer um processo de dengue, são quatro elementos: densidade pluviométrica, o calor, o ambiente, a presença do mosquito e a circulação viral. E vivemos num país tropical, onde esses quatro elementos permanecem, praticamente o ano inteiro.”

O especialista em dengue reforça que não é preciso um vigilante do governo bater à porta para falar que não pode deixar o pneu exposto, não deixar nenhum objeto com água. “

Ele aconselhou que se houver presença de inseto no interior da moradia, aplique um inseticida comum principalmente nos cômodos mais escuros, no banheiro por exemplo. “São ações simples, mas que dão resultado. É isso que a gente pede para a população”, disse.

 

O GDF tem-se mobilizado. Além das tendas que fazem parte das medidas emergenciais para evitar mortes, as quais têm tido muito sucesso.

Tendas emergenciais contra Dengue no DF

1 – Até o presente momento, uma população de quase quatro milhões de pessoas, temos um caso de morte e ainda importado. Isso mostra a eficácia do trabalho.

2 –  Os 600 agentes contratados pelo GDF começarão a trabalhar agora. Irão vistoriar imóveis. Com isso,  a expectativa é de que nos próximos meses os números de casos prováveis de dengue começarão a reduzir.

3 – São realizadas borrifações UBV em todas as cidades satélites.

4 – Há o programa referente ao Agente Mirim de Educação, desenvolvido pela Secretaria de Educação, que  está sendo implantado com o objetivo de formar o cidadão de amanhã, com consciência crítica do hoje, no combate ao Aedes,  entre outros projetos do GDF nesse sentido.

 

Engajamento da população

Engajamento da população contra o mosquito da Dengue

O subsecretário enfatizou que é preciso conclamar a população com o apoio da mídia, para aproveitando a época do novo coronavírus ajudar para acabar com os focos, onde há a transmissão. “É preciso que todos colaborem com o GDF nesse sentido. O engajamento da população.”

Para deixar mais claro que falta ainda muito engajamento, Martins citou casas onde são feitas as fiscalizações pela quarta vez  e ainda se encontram larvas do Aedes. “Estão sendo discutidas outras medidas sanitárias para serem adotadas. E também no momento, uma provável multa para quem for reincidente. A situação é aquela, por causa de algumas pessoas a população acaba pagando.”

Quando era coordenador do Programa Nacional de Controle da Malária, Dengue, Zika e Chikungunya do Ministério da Saúde, Martins, no final de 2018 gravou vídeos tirando dúvidas mais frequentes sobre Aedes aegypti para a TV Saúde. Vale a pena conferir:

Quem está mais vulnerável ao Aedes Aegypti?

 

O fumacê usado para combater o Aedes é prejudicial à saúde?

 

Qual o horário de maior atividade do mosquito?

 

Por que as mulheres são mais vulneráveis à picada do Aedes Aegypti?

Onde o Aedes pode ser encontrado?

 

O lixo atrai o Aedes aegypti?

Em que tipo de água o Aedes aegytpi se reproduz?

 

O que fazer quando encontrar larvas do Aedes aegypti?

Como evitar a presença do Aedes Aegypti dentro de casa?

 

Saiba mais: 

Você conhece mesmo a dengue?
Você pode ter zika sem saber
Chikungunya: uma dor que pode durar anos

 

 

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