De “gordinho do esporte” a relator do projeto de mando dos clubes de futebol

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O deputado federal Júlio Cesar Ribeiro (Republicanos-DF)  concedeu entrevista ao quadro Atividade em Brasília, dentro do programa Clássicos da Atividade, apresentado por Wiguinho. Com a participação do jornalista Josiel Ferreira do site Tudo OK Notícias, o programa é levado ao ar na Atividade 107,1 FM, às 18h, todas as quintas-feiras. O parlamentar falou das pretensões políticas e sobre sucessão do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha.

 

Foi deputado distrital e secretário de Esporte do Distrito Federal, deixando legados para o DF. Hoje luta para aprovar projeto do mando de jogo que visa fortalecer os clubes financeiramente. Ele contou sua trajetória, detalhando a origem humilde em São Bernardo do Campo-SP e depois na cidade de Franca-SP, é advogado, pastor e político. Chegando a Brasília, há nove anos, ele ressaltou que “a cidade o recebeu de braços abertos”.

 

O primeiro trabalho foi o de secretário-adjunto do GDF, mas aceitou em outubro de 2012 ser secretário de Estado até 2014, quando foi convocado pelo Republicanos para disputar vaga na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).Ele foi o deputado mais votado na época, com 29.384 votos. “Muitos até perguntaram quem é esse Júlio Cesar, mas era o deputado do Esporte. Até hoje a gente anda por Brasília e as pessoas lembram dos feitos realizados de 2012 a 2014.

”Atuando como deputado distrital não se restringiu a prestar serviço para o esporte, ampliando o leque para ações sociais, nas áreas relativas ao idoso, juventude, também se fortaleceu no setor de Educação, ajudando muitas escolas e também trabalhou para melhoria da questão da Saúde. Em 2018, Júlio Cesar é eleito deputado federal, sendo o quarto melhor colocado, impulsionado pelo partido. “Já estamos no terceiro ano de mandato, parece que passou rápido demais. Aí, as pessoa já começam a falar de 2022, mas ainda tem um tempinho aí para que a gente possa continuar construindo uma Brasília melhor e também um país melhor.”

 

Início difícil

Questionado pelo Tudo Ok Notícias como foi o início da trajetória, Júlio Cesar que foi um jovem sonhador aos 16 anos, almejando rumar para uma trajetória de vitórias, mesmo sendo oriundo de uma família humilde. Ele afirmou que os pais foram boias frias, sapateiros, a família foi para São Paulo, tentou trabalhar no ramo têxtil, porém não deu certo.

 

O pai do parlamentar retornou ao interior de São Paulo, precisamente, para a cidade de Franca. O deputado testemunhou brigas domésticas entre os pais, havia desemprego. “Eu costumo dizer que até catar latinha na rua eu já catei, peguei cobre com um carrinho na rua. Era a forma que eu tinha para poder ajudar meus pais. As pessoas olham para nós hoje, mas não imaginam o que nós já passamos.

Primeiro emprego

Ele também relatou que chegou a ver a mãe com as mãos machucadas, pois trabalhava como costureira em Franca-SP.“ Eu consegui um emprego de office-boy, mas quando chegava em casa ajudava. Foi nesse momento que eu conheci a igreja e ali eu vi Deus operando na vida dos meus pais, tirando os vícios, as brigas, minha mãe com problema de doença vi ela sendo curada”, pontuou o parlamentar.

“Então aquele menino que estava vazio, era um jovem que era feliz quando estava na rua, chegava em casa, aí piorava tudo, vinha a tristeza a angústia. Tudo mudou quando eu entrei na igreja. Deus fez uma mudança e aí eu decidi um levar para o mundo aquilo que eu recebi”, complementou Júlio Cesar testemunhou que aceitou Jesus quando decidiu fazer a obra de Deus. Estudou Direito, mas não exerceu a função, apenas de fato e não de direito. Trabalhou como administrador da igreja, durante cinco anos e cuidou do departamento jurídico. Foi o que o levou a se formar em Direito. Contou uma história que mais do que o convenceu a estudar para ser advogado.

 

“Embargos declaratórios”

“Eu tive um amigo que, conversando com um advogado, perdeu uma causa. Aí ele foi ao advogado e o profissional falou: ‘Fica tranquilo que nós vamos entrar com um recurso que, realmente, vai transformar, mudar a sentença’. ‘Qual é o recurso?’ perguntou meu amigo. ‘Embargos declaratórios’ respondeu o advogado. ‘Eu nem vou questionar porque o nome é tão bonito’, pensou o amigo. Só que a eficácia não é nada. É só para buscar uma obscuridade, uma dúvida. Eu me formei advogado para não passar por isso.”

 

O Direito o ajudou bastante, quando Júlio Cesar entrou na vida política por intermédio do Republicanos. Então veio a Brasília, quando teve início a carreira política. Retornando um pouco na vida política, o deputado teve passagem marcante na Secretaria de Esportes do GDF. Ele enumerou vários legados deixados. Lamentou que alguns deles ficaram pelo meio do caminho, não se perpetuando ao longo do tempo. Por exemplo, Esporte à Meia Noite, que muitas pessoas devem se lembrar.

 

“Demos continuidade a um projeto que estava parado. Quando fui distrital fiz um projeto, virou lei e depois morreu, não tem mais Esporte à Meia Noite, ou seja, os jovens ficam à noite por aí, não tendo nada o que preencher as mentes e acabam indo para as drogas à marginalidade”, disse, ele acrescentando que é uma pena.

 

Um outro legado foi o Centro Olímpico, que eram três, segundo ele, quando chegou em Brasília e com muito esforço tocou-os para andar, principalmente do Setor O. “Eles estão parados por conta da pandemia. É um pedido que tenho feito ao governador porque já voltaram às atividades de tantas coisas e eu acho que já é o momento dos Centros Olímpicos voltarem.”

Deputado Julio Cesar, Wiguinho, Josiel Ferreira e DJ Dada

“Por exemplo, o idoso está dentro de casa e já se vacinou, usando a proteção pode fazer a caminhada, entrar na piscina até porque o cloro mata qualquer tipo de bactéria, vírus. Já era o momento de a gente estar voltando. Isso é uma coisa que estou cobrando da secretaria de Esporte e do GDF para que a gente possa ofertar de novo à comunidade”, citou Júlio Cesar.

 

Compete Brasília

Na visão do parlamentar, o maior legado foi a questão do Compete Brasília. Quando o parlamentar chegou na secretaria atendia 100 atletas no máximo. E quando saiu da pasta, em 2014, esse número subiu para 4.500 atendimentos por ano. O projeto oferecia ao atleta de alto rendimento a possibilidade de se locomover para outro estado ou para outro país, com a passagem subsidiada pelo GDF.

 

“Vou dar um exemplo rápido. Caio Sena. Em 2012, eu recebi no meu gabinete o pai, a mãe que é a técnica e o pai disse: ‘Esse menino vai representar Brasília numa Olimpíada. Só preciso que você nos ajude com a Secretaria dando passagem para ele poder competir, porque porque precisa dos índices.’ Ela disse que tinha que ir para Portugal, Itália. ‘Não será isso que irá impedir, eu vou conseguir e no Compete a gente deu.

 

Júlio Cesar conta saudoso que o atleta, em 2017, estava nas Olimpíadas representando o Brasil. Foi bronze lá em Londres, no campeonato mundial. E, agora, já está lá em Tóquio, representando Brasília. “Como ação que fizemos lá atrás”, acentuou.Ele lembrou ainda que muitos lutadores de jiu-jitsu foram aos Estados Unidos e não retornaram pois houve convite para ficar por lá. “Tem vários amigos meus que foram para fora e viraram professores”, enfatizou.

 

Corrida de Reis

Além disso, o parlamentar puxou pela memória e citou a Corrida de Reis, cujo percurso era a Esplanada, realizada em 2014. Foram 25 mil participantes. “Foi a maior Corrida de Reis que foi realizada. Depois desta data, nunca mais.”

 

Júlio Cesar relatou que encontrou um amigo, Xavier, que segundo ele, era o grande incentivador. Hoje, ele é presidente da Federação de Atletismo. “Olha que saudade do senhor, olha, não temos mais corrida de rua como era antigamente.” “O esporte é importante para o jovem. Vai ajudar na saúde, na segurança, pois as pessoas praticando elas vão ter mais saúde, não terão que ir para o médico com tanta frequência. Estão longe das drogas, não vão na rua cometer crimes. O esporte tem que ser visto como a primeira opção porque ela antecipa, não deixa que esses males venham a acontecer. Por isso que uma das minhas bandeiras é essa incondicional”

“Gordinho do Esporte”

De acordo com o próprio deputado federal, onde ele circula, as pessoas lembram de sua atuação. “Olha lá o gordinho do Esporte”

Voltando à política de hoje, o Tudo Ok Notícias quis saber qual, na opinião do parlamentar, é o melhor nome na chapa junto com o governador Ibaneis Rocha.

Governador tem opções para vice

Para ele, o governador é quem vai definir o nome para vice. O Republicanos têm condições de estar pleiteando um cargo majoritário, seja vice, senado, primeira suplência. Para o Senado, está definido que será a ministra Flávia Arruda. Sobra a vice, Avante, PP e Republicanos. Lembrando que esses dois últimos têm tempo de televisão.

 

No caso do Republicanos tem deputados que foram muito bem votados. “Martins é campeão na questão distrital, eu tive quase 100 mil votos, Delmasso teve quase 25 mil votos. Então é um partido que tem densidade, tem corpo, estrutura. Eu acredito que o Republicanos seria um bom partido.

 

”Júlio Cesar admitiu que o partido dele chamou para conversar e que foi acordado que deverá permanecer no caminho como deputado federal. Está em seu primeiro mandato, mas obteve a relatoria do projeto sobre mandantes de jogos no futebol. “Para configurar uma vice temos Delmasso, Vitor Paulo, que hoje é secretário do Ibaneis, que já foi presidente do Republicanos. O próprio Gilvan Máximo. Eu vejo que estou lá no fundo da lista. Então, a minha prioridade agora é dar continuidade ao mandato de federal.

 

”O Republicanos tinha oito federais em 2011. Em 2014 foi 21. Na eleição de 2018 subiu para 23. “É um partido que vem crescendo. Numa chapa majoritária, com certeza ajudará muito Ibaneis que já vem fazendo um trabalho belíssimo em Brasília.”

Mando de campo e de TV

Ao ser questionado sobre o projeto de mando de campo, no futebol, no qual é relator, Júlio Cesar conta que no ano passado o presidente da República editou uma medida provisória. Não tramitou durante seis meses e infelizmente o presidente da Câmara anterior, Rodrigo Maia (sem partido) não o colocou na pauta.

 

Segundo o deputado, houve muita pressão para que ele não colocasse em votação, que poderia facilitar aos clubes escolher a cidade para o mando. Além disso, Júlio Cesar destacou que está no projeto a questão do “mando televisivo” de os clubes terem a liberdade de escolher qual emissora transmite o jogo deles.

 

“Eu não olho pelo prisma que irá prejudicar a emissora A ou B. Eu quero olhar para os clubes. Eu lembro da seleção brasileira de 1982. Sabíamos de cor e salteado quem eram os atletas, de 86 também. O Brasil parava quando tinha um jogo da Seleção Brasileira. Hoje, não vemos mais isso porque não sabemos quem são os atletas que lá estão.

 

Na visão de Júlio Cesar, os clubes eram mais fortes. E hoje os atletas estão todos indo para fora, porque os clubes não têm condições, não têm receita, estão todos endividados. “E você vê que na hora do rateio quem ganha são os grandes.  Eu conversei hoje com o presidente do Flamengo, com a diretoria, muitos disseram que o Flamengo irá lucrar.

 

Na verdade, sempre o Flamengo vai lucrar porque é o maior que tem. Precisamos, agora, dividir o bolo”

 

Quanto à votação do projeto, o parlamentar informou que foi proposto ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que fosse consultado no âmbito do colégio de líderes. Já entrou na pauta dos cinco projetos do Executivo para ser votado antes do recesso, que é dia 17, caso seja votada a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

 

“Os clubes de futebol começarão a ter recursos, pois chegarão para o SBT, Globo, Record e cada um poderá pagar aos clubes para transmitir a partidas. Irão poder contratar, trabalhar na base. Precisamos fortalecer o projeto. É um projeto que vai ajudar os times.

 

”Em café da manhã de hoje, o deputado disse que conversou com representantes de vários times e todos entenderam que não necessitaria de nenhum ajuste no texto do projeto. “O projeto, para eles, está perfeito e quanto antes eles verem o projeto votando será melhor para eles.”

 

 

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