Com apenas 7% das intenções de voto, Datena perde terreno para Tabata Amaral e vê líderes se distanciarem na corrida pela prefeitura de São Paulo
José Luiz Datena (PSDB) recebeu um duro golpe na corrida pela prefeitura de São Paulo, de acordo com a pesquisa Datafolha divulgada na última quinta-feira, 5. O apresentador, que já havia liderado em alguns cenários, agora aparece com apenas 7% das intenções de voto, sendo ultrapassado pela ex-aliada Tabata Amaral (PSB), que obteve 9%. Além disso, os líderes Guilherme Boulos (PSOL), Pablo Marçal (PRTB) e Ricardo Nunes (MDB), todos com 22% a 23%, ampliaram a distância em relação ao candidato tucano. A campanha de Datena não comentou os números.
Queda acentuada
Os dados do Datafolha evidenciam a queda significativa da candidatura de Datena. Em julho, ele chegou a ter 19% das intenções de voto, empatando tecnicamente com Ricardo Nunes e Guilherme Boulos em uma pesquisa da Quaest. Naquela ocasião, o apresentador conquistou eleitores mais velhos e com menor nível de escolaridade, gerando otimismo em sua campanha.
No entanto, especialistas, como Gabriel Pires, do Instituto Travessia, destacam que figuras públicas conhecidas, como Datena, tendem a liderar nas primeiras fases da campanha, mas podem perder terreno à medida que os outros candidatos ganham visibilidade e apresentam suas propostas. “Conforme a disputa avança, os candidatos mais preparados tendem a ganhar força”, afirmou Pires.
Fatores de desgaste
Diversos fatores explicam a queda de Datena nas pesquisas. Entre eles estão seu desempenho modesto em entrevistas e debates, onde ele mesmo admitiu estar “na eleição errada”, além de sua falta de presença pública em comparação com outros candidatos. Enquanto Datena fez apenas três compromissos públicos nos últimos dias, Tabata Amaral, sua principal concorrente na faixa de 9%, teve 11 compromissos.
Além disso, Pablo Marçal (PRTB) conseguiu preencher o espaço de candidato “antissistema” que Datena inicialmente ocupava, tirando-lhe votos e atraindo eleitores desiludidos com o cenário político. O próprio Datena reconheceu que Marçal, com um discurso mais radical, prejudicou sua estratégia de ser o candidato “contra a polarização”.
A queda de Datena se deve, portanto, a uma combinação de fatores, incluindo seu baixo desempenho em momentos-chave da campanha e o crescimento de adversários que conseguiram ocupar nichos importantes no eleitorado.