O governo de Brasília Rodrigo Rollemberg não apresentou nesta sexta-feira (10) à União o plano de trabalho das obras emergenciais no Lago Paranoá para minimizar a crise hídrica. Sua ida ao Ministério da Integração Nacional estava marcada para o fim desta tarde, sendo cancelada minutos antes da hora prevista.
Com viajem marcada, o ministro Hélder Barbalho viajou para seu estado de origem. O Buriti informou que Rollemberg queria fazer a entrega do plano mesmo assim. Mas, apesar da urgência para as obras, Barbalho teria pedido ao governador para esperar até sua volta.
A primeira reunião com Barbalho ocorreu 15 dias depois do início do corte sistemático no abastecimento na cidade. Apesar disso, Rollemberg não havia apresentado nenhum projeto com a definição de como os R$ 50 milhões seriam aplicados. Na ocasião, o ministro afirmou que esperava receber o documento “nas próximas 48 horas”, ou seja, na quarta.
Para liberar o recurso, a área técnica do Ministério da Integração precisará analisar o tipo de investimento definido pelo GDF, que deve ser enquadrado nos critérios estabelecidos pela Defesa Civil conforme a situação de emergência. Uma vez decretada, a medida abre margem para o governo, além de captar recursos da União, contratar sem licitação.
Com previsão de captar 700 litros de água por segundo, a estação emergencial no Lago Paranoá deverá transportar água com uma balsa. O recurso será levado para uma estação de tratamento em containeres para depois ser bombeado para a rede de abastecimento. Esta obra é diferente de uma maior, que já foi licitada pelo GDF mas está suspensa pela União por falta de dinheiro.
Se sair do papel, a barragem do Lago Paranoá, com custo inicial de R$ 400 milhões, deverá captar 2,8 mil litros de água por segundo. Mas a previsão é de que as obras, que ainda nem começaram, levem quatro anos para ficar prontas. Já as obras do Sistema Corumbá IV, parceria entre o DF e Goiás, estão suspensas desde novembro do ano passado por suspeita de desvio de dinheiro público.
Considerado “menos preocupante” pelo governo, o reservatório de Santa Maria pode chegar ao “volume zero” até outubro, segundo a previsão do especialista em manejo de bacias hidrográficas e professor da UnB Henrique Leite Chaves, que fez uma simulação dos próximos meses com base em dados da Caesb, a empresa responsável pela distribuição de água no DF.