Crise ambiental: Garimpo ameaça Terra Yanomami

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A falência da proteção ambiental e indígena no Brasil: Um lhar sobre o Avanço do Garimpo na Terra Yanomami

 

 

Por Josiel Ferreira

 

Os números divulgados recentemente pelo Instituto Socioambiental e pela Hutukara Associação Yanomami (ISA) lançam luz sobre uma realidade sombria: o avanço contínuo do garimpo ilegal no território indígena Yanomami. Em um contexto em que o desmatamento e a degradação ambiental têm sido pautas recorrentes, os dados revelam uma desoladora verdade: a área afetada pelo garimpo cresceu em 7% no último ano, atingindo uma marca alarmante de 5432 hectares.

 

A grandiosidade do território Yanomami, o maior do país destinado às comunidades indígenas, não tem sido suficiente para protegê-lo do avanço predatório das atividades ilegais. O que deveria ser um santuário natural, preservado e respeitado, tornou-se palco de uma invasão desenfreada, onde a ganância pelo ouro se sobrepõe aos direitos e à dignidade dos povos originários.

 

Os números apresentados pelo levantamento são mais do que meras estatísticas; são um testemunho da falência das políticas ambientais e indigenistas no Brasil. Enquanto a destruição avança, o que se observa é uma desaceleração na taxa de crescimento da área degradada. Mas essa aparente pausa não deve ser interpretada como um sinal de melhoria, e sim como um indício de que a devastação já atingiu proporções tão catastróficas que até mesmo os predadores precisam diminuir o ritmo para sobreviver.

 

O relatório destaca, com razão, que esse aumento na área impactada é uma evidência clara de que o garimpo ilegal continua operando com intensidade no território. Enquanto o governo brasileiro insiste em promessas vazias e transições burocráticas, os Yanomamis enfrentam uma crise sanitária sem precedentes, causada não apenas pela pandemia, mas também pelo desmantelamento sistemático do sistema de saúde local e pela invasão de seus territórios ancestrais.

 

A ministra Sonia Guajajara não poderia ser mais direta ao afirmar que o problema não foi resolvido em 2023 e provavelmente não o será em 2024. Suas palavras ecoam como um grito de alerta em meio ao silêncio ensurdecedor das autoridades, que parecem mais preocupadas com interesses econômicos imediatos do que com a preservação da vida e da cultura dos povos indígenas.

 

Enquanto isso, o garimpo ilegal avança, deixando um rastro de destruição irreparável. A transição de “ações emergenciais” para “ações permanentes de acompanhamento e fiscalização” parece mais uma tentativa desesperada de conter um incêndio já fora de controle do que uma estratégia eficaz para proteger o meio ambiente e os direitos dos povos originários.

 

O Brasil tem o dever moral e legal de proteger suas florestas e suas populações indígenas. No entanto, enquanto o garimpo ilegal continuar impune e os interesses econômicos prevalecerem sobre a justiça e a sustentabilidade, estaremos fadados a assistir passivamente à destruição de um dos patrimônios mais preciosos do nosso país: a diversidade natural e cultural que tanto nos define e nos enriquece.

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