Empregos no setor de indústrias cresceram quase 2% no mês de agosto.
*Larissa Azevedo
A indústria da transformação superou o período pré-pandemia do início do ano, e a atividade industrial se manteve em crescimento em agosto. Os dados são da pesquisa Indicadores Industriais, que foi divulgada hoje (6/10) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O levantamento indica que o faturamento aumentou 2,3% em comparação com julho e 37,8% em relação a abril – mês mais afetado pela pandemia do novo Coronavírus. Ainda assim, segundo a entidade, devido à forte queda de março e abril no acumulado do ano, o valor se encontra ainda 3,9% abaixo do registrado no mesmo período de 2019.
Crescimento
O primeiro mês de crescimento do emprego industrial ocorreu em agosto, com alta de 1,9% 2020. De acordo com a CNI, esse desempenho aponta o nível de emprego próximo ao patamar pré-crise.
Já as horas trabalhadas aumentaram 2,9% entre julho e agosto e acumulam um crescimento de 25,1% em relação a abril. Nesse caso, ainda não houve retorno ao patamar pré-pandêmico.
Recuperação
A entidade avalia que os números reforçam a percepção de recuperação em V da atividade industrial. A recuperação veio acompanhada pelo crescimento do emprego, sugerindo maior confiança do empresário.
Recuperação em V é um termo usado por economistas para relatar uma retomada intensa depois de uma queda acelerada na atividade econômica.
A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) de agosto chegou a 78,1% e se encontra 0,8 ponto percentual abaixo do percentual de fevereiro deste ano. Além disso, a massa salarial registrou aumento de 4,5% em agosto, na comparação com julho.
A CNI afirma que o crescimento mais que compensou a queda do mês anterior, mas o indicador ainda está distante do patamar pré-pandemia e algumas empresas ainda estão adotando a suspensão de contrato ou a redução de jornada de trabalho.
De acordo com a pesquisa, acompanhando o movimento da massa salarial, o rendimento médio real pago aos trabalhadores cresceu 2,8% em agosto na comparação com julho, após ajuste sazonal.
Nesse caso, o rendimento médio também é afetado pelos acordos de redução de jornada ou suspensão de contrato, e se encontra distante da realidade pré-pandemia. Na comparação com agosto de 2019, a queda é de 2,2%.
*Estagiária com supervisão de Maurício Nogueira