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Relatório final da CPI das Bets pede indiciamento de 16 pessoas, incluindo Virgínia Fonseca e Deolane Bezerra
A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) apresentou, nesta terça-feira (10), o relatório final da CPI das Bets. O documento recomenda o indiciamento de 16 pessoas por envolvimento em práticas irregulares relacionadas a casas de apostas, entre elas as influenciadoras digitais Virgínia Fonseca e Deolane Bezerra.
Segundo o relatório, ao qual a revista IstoÉ teve acesso, Deolane deve ser responsabilizada por contravenção penal (jogos de azar e loteria não autorizada), além dos crimes de estelionato, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa. Já Virgínia Fonseca é citada por publicidade enganosa e estelionato, acusada de utilizar “contas demo” para simular ganhos e induzir seguidores ao erro. As recomendações serão encaminhadas ao Ministério Público Federal (MPF).
Durante a CPI, Virgínia teve atuação marcante por seu estilo descontraído e por protagonizar episódio inusitado: o senador Cleitinho (Republicanos-MG), fã declarado da influenciadora, interrompeu sua fala para pedir um vídeo para a filha. O senador Angelo Coronel (PSD-BA) pediu vista do relatório, que tem mais de 540 páginas, para permitir análise dos parlamentares.
O relatório também lista empresários e representantes do setor de apostas entre os indicados. No total, 20 reuniões foram realizadas desde novembro de 2024, com 19 depoimentos colhidos. Seis convocados não compareceram.
A relatora defende que a divulgação de apostas deve seguir as normas do Código de Defesa do Consumidor, do Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) e da regulamentação federal sobre publicidade no setor. Soraya ainda apontou lacunas legais na regulamentação das apostas no Brasil, mesmo após a sanção da Lei nº 13.756 em 2018, só efetivada sete anos depois.
A CPI também buscou analisar os efeitos sociais da expansão dos jogos online no país, ouvindo ex-jogadores compulsivos e especialistas em saúde mental. Além disso, foram apuradas suspeitas de lavagem de dinheiro, evasão fiscal, vínculo com o crime organizado e impacto orçamentário nas famílias brasileiras. A reportagem procurou a defesa das acusadas, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.
