Rodada de oitivas foca nas negociações com a Precisa Medicamentos e com a Davati Medical Supply
A CPI da Covid retoma os trabalhos com rodada de depoimentos sobre suspeitas de irregularidades na compra de vacinas. No momento, há 400 requerimentos de informação, quebra de sigilo e convocação para serem analisados. Com nova formação, governo traça estratégias para mitigar o desgaste contra o presidente Jair Bolsonaro, investigado pelo crime de prevaricação.
Com a ida de Ciro Nogueira (PP-PI) para a Casa Civil, o senador Flavio Bolsonaro (Patriota-RJ) ocupou a vaga de suplente na comissão. Se antes, como não membro, o parlamentar era atuante nas sessões, agora terá acesso a todos os documentos recebidos pelo colegiado, inclusive os sigilosos; terá prioridade na lista de perguntas – e poderá apresentar requerimentos de informação e de convocação.
A partir de 3ª feira (3), senadores vão ouvir pessoas ligadas às negociações de compra de vacinas pela Precisa Medicamentos e pela Davati Medical Supply. O primeiro convocado é o reverendo Amilton Gomes de Paula, apontado por representantes da Davati como um intermediário que teria sido autorizado pelo Ministério da Saúde a negociar a aquisição de imunizantes. Ele seria ouvido em 14 de julho, mas alegou estar com crise renal.
Para 4ª feira (4), a CPI previa ouvir o sócio da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano. No entanto, o empresário viajou à Índia no último dia 25 para se reunir com empresários da Bharat Biotech, laboratório indiano que produz a Covaxin. Na 6ª feira passada (23), a Bharat anunciou a rescisão do memorando de entendimento firmado com a Precisa, intermediária comercial do laboratório.
Ao Supremo Tribunal Federal (STF), a defesa de Maximiano pediu para que o empresário pudesse faltar à oitiva. A comissão decidiu, então, remarcar seu depoimento. Agora, a cúpula da CPI irá se reunir durante o fim de semana para definir quem ocupará o lugar de Maximiano. Isso porque o empresário foi notificado apenas em 26 de julho da convocação.
Segundo o presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM), a comissão não pode tomar medidas judiciais, como pedido de condução coercitiva ou prisão preventiva, como assinalou o vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), porque Maximiano foi notificado sobre a data do depoimento um dia depois que viajou. Caso falte novamente, parlamentares discutem medidas mais duras contra o empresário.
Na 5ª feira (5), o advogado da Precisa Medicamentos,Túlio Silveira, será interrogado pelos senadores. Ele teria atuado para acelerar a liberação do contrato da Covaxin e assinou o termo de compra como testemunha. Ainda não foi definido, contudo, se haverá depoimento na 6ª feira (6).