O verão relativamente tranquilo que a Europa teve durante a pandemia do Covid-19 foi logo esquecido com a chegada do outono.
Rapidamente, o número de casos cresceu, assim como o risco de colapso de sistemas de saúde com o aumento de internações.
Não houve saída, e governos se viram obrigados a impor restrições tão duras quanto as implantadas no começo do ano.
Nos Estados Unidos, o número de novos casos nunca caiu de forma considerável, mas alguns estados chegaram a ter um alívio.
No entanto, bastou o frio chegar para que o país batesse um recorde: 99,3 mil infecções registradas em 24 horas, na última sexta-feira (30).
O que está acontecendo no hemisfério norte deve servir de ensinamento a países como o Brasil.
A avaliação é do médico, pesquisador e professor Adam Ian Kaplin, da Universidade Johns Hopkins (EUA), uma das escolas de medicina mais prestigiadas do mundo.
Alerta
Kaplin é um dos autores de um estudo que, em junho, já alertava para o aumento da taxa de infecção pelo coronavírus com a chegada do frio.
O artigo, publicado na plataforma medRxiv, também aponta que há uma redução do contágio nos meses de calor, mas em menor ritmo.
O relaxamento tanto das medidas individuais quanto do monitoramento de novos casos de covid-19 implicaria em o Brasil correr o risco de ter um patamar alto de infectados no próximo outono, mais ou menos o que acontece nos Estados Unidos.
“O ideal é tentar chegar o mais baixo possível [em casos] no calor, porque quando chega março, abril, e começa a subir, você está em um número menor. Em outras palavras, se você dobrar a taxa, mas começar com 10, vai para 20. Porém, se começar em 20, vai para 40.”