Covid-19: Bolsonaro vai a Chapecó, com UTIs lotadas, para mostrar sucesso de tratamento

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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, durante declaração após reunião com o presidente Jair Bolsonaro, os presidentes do Senado Federal, Câmara dos Deputados e Supremo Tribunal Federal, ministros e governadores.

 

Apontada pelo presidente Jair Bolsonaro como exemplo no combate ao Covid-19, Chapecó (SC) tem 100% das UTIs lotadas no SUS e rede privada.

O município acumula ainda mais mortes por 100 mil habitantes do que o País e Santa Catarina. A cidade enfrentou colapso de saúde em fevereiro, precisou transferir pacientes, adotar restrições de circulação e ampliar o número de leitos.

Chapecó tem 537 mortos pela pandemia, sendo que mais de 410 foram registrados neste ano.

Bolsonaro disse nesta segunda-feira, 5, que visitará a cidade que fez um “trabalho excepcional” contra a pandemia e deu “liberdade” a médicos para prescreverem o “tratamento precoce”, ou seja, medicamentos sem eficácia para a covid-19, como a hidroxicloroquina.

Mais cedo, o presidente compartilhou vídeo em que o prefeito da cidade, João Rodrigues (PSD), celebra a queda de internações e a desativação de uma unidade de terapia semi-intensiva.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, deve acompanhar Bolsonaro em Chapecó. O médico não é um defensor dos medicamentos do “kit covid-19”, mas também não desestimula o uso do tratamento que virou bandeira de Bolsonaro na pandemia.

Apesar do entusiasmo do presidente, Chapecó apresenta taxa de 243 mortos para cada 100 mil habitantes, superior à média nacional (157,7 vítimas) e de Santa Catarina (158).

Os dados foram extraídos do site do Ministério da Saúde e não consideram a estratificação da população. Há ainda 193 pessoas internadas na cidade, número superior ao de 20 de fevereiro (183 internados), quando a cidade estava em colapso.

Mesmo sem espaço para internar pacientes graves, o prefeito João Rodrigues disse ao Estadão que a doença está controlada na cidade. Ele atribui a queda de casos à testagem e tratamento rápido.

“Está 100% controlada. O que tem são as UTIs lotadas”, afirma Rodrigues, que alega que a ocupação de leitos na região segue altíssima por causa de pacientes de fora da cidade.

Ao assumir a cidade, em janeiro, semanas antes do colapso, Rodrigues afrouxou as restrições de circulação contra a covid-19 e ampliou o horário de funcionamento de bares. Quando a crise se agravou, o prefeito teve de recuar e adotar quarentena mais dura que o resto do Estado.

Rodrigues disse que as restrições mais duras não ajudaram a reduzir a contaminação pelo Covid-19, apesar de entidades como a Organização Mundial da Saúde (OMS) apontarem benefícios do distanciamento social.

Para o prefeito, as restrições foram úteis para dar tempo para a cidade ampliar leitos, mas agora é “proibido” falar em “lockdown” em Chapecó.

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