Caixa Tem: a bomba-relógio ignorada pelo governo
Por Carlos Arouck
O escândalo que desviou R$ 2 bilhões do FGTS, seguro-desemprego e benefícios sociais, revelado pela Operação Farra Brasil 14, da Polícia Federal, confirma: a corrupção segue firme no Brasil sob o governo Lula (PT). A gravidade dos fatos, somada à participação de funcionários da Caixa Econômica Federal — banco estatal sob controle direto do governo —, exige a abertura imediata de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a responsabilidade da atual gestão.
Mesmo diante de alertas sobre vulnerabilidades no aplicativo Caixa Tem, o governo petista optou por maquiar os problemas, priorizando propaganda política em detrimento da eficiência dos programas sociais. Enquanto se vangloriava de ampliar o Bolsa Família, a realidade era que criminosos agiam livremente dentro do sistema, com a ajuda de servidores públicos.
A omissão política foi decisiva para que o golpe atingisse escala nacional. Funcionários da Caixa alteravam cadastros, facilitavam saques fraudulentos e recebiam propinas — tudo sob a vista grossa da alta cúpula.
Este não é um caso isolado. Recentemente, operações da Polícia Federal também revelaram esquemas de fraudes milionárias no INSS, com concessão irregular de aposentadorias e pensões. Sob o governo Lula, o número de denúncias contra servidores do Instituto Nacional do Seguro Social disparou, indicando que a máquina pública continua sendo usada para práticas criminosas.
Assim como na Caixa, o INSS enfrenta problemas crônicos de aparelhamento, descontrole interno e fraudes massivas, sempre em prejuízo dos trabalhadores e da população mais pobre.
Diante da dimensão do rombo e da reincidência da corrupção nas estatais, o Congresso Nacional tem a obrigação de instaurar uma CPI para investigar a responsabilidade política e administrativa do governo Lula.
Não se trata apenas de identificar criminosos comuns, mas de expor como falhas estruturais — agravadas por má gestão e interesses políticos — colocaram bilhões de reais dos brasileiros nas mãos de quadrilhas.
É preciso ir além das demissões anunciadas pela Caixa. A sociedade exige transparência, responsabilização criminal dos envolvidos e a punição política de quem falhou em proteger os recursos públicos.
Corrupção não é passado: é presente. O governo Lula tentou reescrever a narrativa de que a corrupção era “coisa do passado”. Porém, os fatos mostram o contrário. A estrutura pública continua vulnerável, loteada e, muitas vezes, cúmplice.
Enquanto isso, milhões de brasileiros pobres — os mesmos usados como bandeira eleitoral — seguem sendo as maiores vítimas do descaso e da corrupção institucionalizada.
A criação de uma CPI será o primeiro passo para impedir que novos escândalos sejam tratados com o mesmo cinismo e impunidade que marcaram o passado.