O ministro da Educação, Abraham Weintraub, considera um crime a forma que os governadores instalaram a quarentena por conta do novo coronavírus nos estados brasileiros. Ele defende volta às aulas em municípios menores. E que não há motivos para não haver o Enem 2020.
“O que aconteceu no Brasil foi um crime, do jeito que fizeram a quarentena, sem planejamento. Falta escrúpulo porque não se trata de perder o ano, as pessoas estão passando fome. Uma parte das crianças que vão para escola vão para comer merenda.”
Em entrevista à rádio Jovem Pan, Weintraub defendeu a volta às aulas nos municípios menores, em que o coronavírus não teve o mesmo impacto que em cidades grandes. “Peço aos governadores e prefeitos que retomem as aulas, pelo menos nas cidades menores. Não tem porque deixar tanto tempo as crianças paradas.”
Ele lembrou que foram liberados R$ 500 milhões para reforçar a compra de produtos de higiene para as escolas e que a quantidade mínima de dias letivos — que geralmente são 200 — já foi flexibilizada.
“Houve descontrole, não houve celeridade. Algumas atitudes dos governadores foram precipitadas. É um pecado o que acontece, me compadeço com os pais e mães.”
Enem
De acordo com o ministro do MEC, já é possível prever as consequências do coronavírus.
“No segundo semestre a imensa maioria das pessoas vão estar vivas, com conta para pagar depois de uma crise monstruosa. Não é a primeira vez que tentam impedir o Enem e quebrar expectativa de 5 milhões de brasileiros. Você mobiliza uma geração inteira que quer entrar na faculdade e desestrutura a sociedade.”
Abraham voltou a afirmar que “não tem porque não ter Enem em 2020” e que, pode não ser o ideal, mas é melhor do que perder o ano. “Vamos selecionar as pessoas mais preparadas. O Enem nunca foi 100% justo, o objetivo é classificar pessoas inteligentes. O dinheiro influencia, mas pra isso existem as cotas”, finalizou.